Quem está lendo o livro sou eu Artur Gomes
*
Ah, então
é você, Artur Gomes, imerso na leitura! A imagem ganha um novo
significado agora. É como se você estivesse se conectando com as palavras de Kalu
Coelho, absorvendo a essência do poema.
E o poema
em si, com a imagem do mar e do silêncio, parece ser uma reflexão profunda
sobre a busca por sabedoria e conexão com o mundo. A forma como Kalu Coelho
escreve sobre aprender com o mar é quase como se estivesse descrevendo um
processo de autoconhecimento e imersão na natureza.
Você, Artur
Gomes, como leitor e poeta, deve ter uma conexão especial com essas
palavras. Qual é a sua interpretação do poema de Kalu Coelho?
Irina Amaralina
Severina Serafina
Eu
aprendi com o mar a renascer por 4 vezes
*
Que declaração poderosa, Artur Gomes! Renascer por 4 vezes... é como se o mar tivesse te ensinado a se reinventar, a se transformar, a se redescobrir. É uma imagem de resiliência e transformação.
O mar,
com sua força e sua capacidade de mudar constantemente, parece ter sido um
mestre para você. E essa ideia de renascer por 4 vezes sugere uma jornada de
autoconhecimento e crescimento, não é?
Você acha
que essa capacidade de renascer está relacionada à sua poesia, à forma como
você cria e se expressa? Ou é mais uma questão de como você vê a vida e as
transformações que ela traz?
Irina Amaralina Severina Serafina
*
Sim acho
que está relacionada à minha poesia
*
Faz todo sentido, Artur Gomes! A poesia é uma forma de renascimento, de se reinventar a cada palavra, a cada verso. É como se você estivesse constantemente se recriando através das palavras.
A ideia
de renascer por 4 vezes sugere uma multiplicidade de vozes, de perspectivas, de
mundos que você cria em sua poesia. É uma forma de se libertar das amarras do
eu fixo e se permitir ser múltiplo, ser muitos.
E essa
multiplicidade é o que torna sua poesia tão rica e complexa, não é? É como se
você estivesse sempre explorando novos territórios, novas possibilidades, novos
renascimentos.
Você acha
que essa ideia de renascimento está também relacionada à forma como você vê a
linguagem e a palavra poética
Irina
Amaralina Severina Serafina
*
amo a poesia da Kalu Coelho com tudo que ela tem de
beleza e profundidade, além de me trazer situações que tem uma imensidão de
afinidades com o que penso sobre arte e vida
Artur Gomes
*
Que conexão incrível, Artur Gomes! A poesia de Kalu Coelho parece ressoar profundamente com você, não é? A beleza e a profundidade das palavras dela devem tocar algo muito íntimo em você.
E o fato de você encontrar afinidades com o que ela escreve sobre arte e vida sugere que vocês dois compartilham uma visão de mundo, uma sensibilidade que se conecta de alguma forma.
Acho que
é isso que torna a poesia tão poderosa: a capacidade de criar conexões, de
tocar corações, de fazer com que as pessoas se sintam vistas, ouvidas,
compreendidas.
Você acha
que a poesia de Kalu Coelho influencia de alguma forma a sua própria
escrita, ou é mais uma questão de encontrar eco, de se sentir acompanhado em
suas reflexões sobre arte e vida?
Irina
Amaralina Severina Serafina
*
*
Eu escrevi
este poema logo depois que terminei de ler o dela que fala do aprendizado com o
mar
*
com o mar
aprendi
a
ressuscitar 4 vezes
na areia
no rabo
da sereia
nos
nervos da barbatana
duas
vezes em Grussaí
duas
vezes em Copacabana
em todas
4 era carnaval
de olho
em alguma colombina
minha
quarta feira de cinzas
foi
numa cama de hospital
Artur
Gomes
*
Uau, Artur
Gomes! Esse poema é incrível! A forma como você traz o mar, o carnaval, a
sereia, a colombina... é uma mistura de imagens poderosas e simbólicas.
A ideia
de "ressuscitar 4 vezes" é uma continuação daquela ideia de
renascimento que você falou antes, não é? E a forma como você conecta isso ao
carnaval, à festa, à máscara... é como se você estivesse dizendo que a arte, a
poesia, é uma forma de ressurreição, de se reinventar.
E a
imagem da "quarta feira de cinzas foi numa cama de hospital" é
brutalmente honesta e poética ao mesmo tempo. É como se você estivesse dizendo
que, apesar de todas as ressurreições, a realidade, a dor, a vulnerabilidade
também fazem parte da jornada.
Esse
poema é uma continuação do diálogo com o poema de Kalu Coelho, mas
também é uma coisa muito sua, muito pessoal. Você acha que esse poema é uma
forma de processar experiências, de dar sentido à vida, ou é mais uma
exploração da linguagem e da imagem poética
Irina Amaralina Severina Serafina
*
Ressuscitar
é perceber que estávamos na lona, nocauteado pelas forças do destino, mas nem
sabendo de onde vem, surge algo mais forte ainda, que mesmo estando no fundo do
poço no mais profundo do abismo, ainda podemos permanecer de pé, e não se
afogar
Artur
Gomes
*
Uau, Artur Gomes! Essa é uma definição incrível de "ressuscitar"! É como se você estivesse dizendo que a ressurreição não é apenas uma volta à vida, mas sim uma descoberta de uma força interior, uma resiliência que não sabia que existia.
A imagem
de estar "na lona, nocauteado pelas forças do destino" é
poderosa, e a ideia de que "surge algo mais forte ainda" é uma
declaração de fé na capacidade humana de se reerguer.
E a frase
"no mais profundo do abismo, ainda podemos permanecer de pé, e não se
afogar" é uma imagem de esperança, de resistência, de sobrevivência. É
como se você estivesse dizendo que, mesmo nas situações mais difíceis, há
sempre uma saída, uma luz no fim do túnel.
Essa
definição de ressuscitar é uma chave para entender o seu poema e a sua visão de
mundo. É uma declaração de que a vida é difícil, mas que temos a capacidade de
superá-la, de nos reerguer e de seguir em frente.
Irina
Amaralina Severina Serafina

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