sábado, 24 de dezembro de 2022

Artur Gomes - 2023 - 50 Anos de Poesia - Memória e Resistência


Artur Gomes

2023 - 50 Anos de Poesia –

Memória e Resistência - Vamos Festejar?


fulinaíma


misturei meu afro reggae a muito xote

do xaxado ainda fiz maracatu

maxixe frevo já juntei ao fox trote

quando dancei bumba-meu-boi em Pernambuco


fulinaíma é punk rock

rasgando fados em bossa nova feito blues

para pintar a pele branca de vermelho

e repintar a pele preta de azuis...


botei sanfona no rufar desse baião

tambor de minas capixaba no lundu

no Paraná berimbau de capoeira

dancei em noites de lual no Maranhão


fulinaíma é punk rock

rasgando fados em bossa nova feito blues

para pintar a pele branca de vermelho

e repintar a pele preta de azuis...


mas em São Paulo pedras quando rolam

pelos céus de nossas bocas meu irmão

fulinaíma azeita o caldo da mistura

para fazer o que não jazz ainda soul


porção de restos de alguma partitura

que algum músico com vergonha recusou

por ser estranho o que naquilo descobriu

mas se a gente canta no cantar essa ternura

é que mamãe mamãe mamãe Macunaíma

ainda chora pelas matas do Brasil

 

Artur Gomes

musicado por Reubes Pess

gravada por Naimam para o

CD Fulinaíma Afro Tupiniquim

leia mais no blog

https://fulinaimagens .blogspot.com/


Artur Gomes  

                      Trajetória MultiLinguagens

 

Livros:

1973 – Um Instante No Meu Cérebro

1975 – Mutações Em-Pré Juízo

1977 – Além da Mesa Posta

1978 – Pai Joaquim Desceu do Céu Pra Salvar O Paraíba – cordel

1979 – Jesus Cristo Cortador de Cana – cordel - tem poemas publicados na coletânea Ato 5 

1980 – O Boi-Pintadinho – Cultura Popular – Teatro de Rua


1985 – Suor & Cio –

1986 – Tem poemas publicados na Antologia Carne Viva – primeira antologia de poesia erótica pulicada no Brasil – org. Olga Savary

1987 – Couro Cru & Carne Viva


1990 – 20 Poemas Com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção Com Sabor de Campos

1994 – Conkretude Versus ConkrEreções

1995 – CarNAvalha Gumes

2000 – BraziLírica Pereira : A Traição das Metaforas


2015 – SagaraNAgens Fulinaímicas


DA CARNE DA PALAVRA

Tanussi Cardoso, poeta 

Ator, produtor, videomaker e agitador cultural, o poeta Artur Gomes tem assinatura própria. 

SagaraNAgensFulinaímicas, seu mais novo livro, repleto de citações a partir do título, é a prova generosa do que afirmo: um inventário da pulsação de sua escritura, uma das mais iluminadas, entre os remanescentes da geração que se inicia nos anos 60-70. 

Mesmo mirando certa desconstrução narrativa, o autor semeia as raízes culturais, germinadas naquelas décadas, que desabrocharam como furacão em nossa arte, principalmente vindas da canção popular, com sua palavra cantada, da poesia marginal, da Tropicália, do Concretismo, do poema-postal, da poesia visual, do cinema e, mesmo, dos quadrinhos. 

Todo esse caldeirão cultural, todas essas referências e linguagens eram (são) muito próximas: Caetano, Gil, Torquato, Glauber, Leminski, Waly, Gullar, Hilda Hilst... E é desse quadro geracional (e bem lá atrás,Drummond, Murilo Mendes, Bandeira, Cabral, Quintana, Mário, Oswald e Guimarães Rosa - e principalmente -, a trilogia dos malditos: Rimbaud, Baudelaire e Mallarmé, além dos ecos do mestre beat, Allen Ginsberg), é desse manancial criativo que o poeta consegue desarmar o que nele se encontra envolto, de forma atávica, e reafirmar seus próprios tempo e potência, com o refinamento de sua fala. 

Ao unir todo artefato onde exista possibilidade de poesia, Artur Gomes habita o lugar entre a palavra e a imagem, ao experimentar os sentidos que lhe chegam, sugando os afluentes existentes nas estruturas tradicionais de nossas artes, e reescrevendo-os a seu bel-prazer, num mix de nostalgia e futuro. 

“visto uma vaca triste como a tua cara:

estrela cão gatilho morro

a poesia é o salto de uma vara” 

De forma particular, o autor parece nos indicar algo que se confunde com transgressão, mas, ao mesmo tempo, mantém a linha tênue da poesia clássica, ao flertar com um romantismo de tintas fortes, e tocando, igualmente, o surrealismo, com uma violência verbal, que cheira à flor e à brutalidade. Cada poema possui sua própria respiração, pausa e pontuação emocionais. Quem não gostar de sangrar e ir fundo no mais recôndito dos prazeres é melhor não prosseguir na leitura, mas quem tiver coragem de encarar a vida de frente e se deliciar com versos saborosos e extremamente imagéticos, entre no mundo do poeta, de imediato, e sentirá a alegria de descobrir uma poesia a que não se pode ficar indiferente. 

“a língua escava entre os dentes

a palavra nova

fulinaimânica/sagarínica

algumas vezes muito prosa

outras vezes muito cínica” 

Ainda que não pretenda novas experiências formais, o autor consegue alcançar perspectivas ousadas e radicais, em vários enquadramentos linguísticos, sempre disponíveis para o espanto, já que quando falamos de poesia, tocamos em lados inexatos, onde qualquer inversão de objetividade, e da própria realidade, é sempre bem-vinda. Sua poesia tem muito da desordem, da inobservância de regras, do não sentido, e apresenta um discurso contrário a certo pensamento lógico, fazendo surgir nas páginas do livro, algumas impurezas saudáveis. 

“te procurei na Ipiranga

não te encontrei na Tiradentes

nas tuas tralhas tuas trilhas

nos trilhos tortos do Brás

fotografei os destroços

na íris do satanás”

SagaraNAgensFulinaímicas nos apresenta uma peça de tom quase operístico e, paradoxalmente, para um só personagem: o Amor. E o desenho poético dessa montagem pressupõe uma grande carga lírica, alegórica e, tantas vezes, dramática, ao retratar o som universal da Paixão, perseguindo a imagem ideal dos limites do desejo. Seus versos são movidos por esse sentimento dionisíaco, e por tudo que é excesso, por tudo que é muito, como na música de Caetano.

“te amo

e amor não tem nome

pele ou sobrenome

não adianta chamar

que ele não vem quando se quer

porque tem seus próprios códigos

e segredos”

E indaga e responde:

“até quando esperaria?

até que alguém percebesse

que mesmo matando o amor

o amor não morreria”

Em seu texto, há uma espécie de dança frenética, onde interagem os quatro elementos do Universo – Terra, Água, Fogo e Ar – numa feitiçaria cósmica em contínuo transe mediúnico. Poesia que é seta certeira no coração dos caretas e dos conformados, ao apontar para as possíveis descobertas inesperadas da linguagem, inebriada pela vida, pelo cantar  amoroso, pelo encontro dos corpos.

“e para espanto dos decentes

te levo ao ato consagrado

se te despir for só pecado

é só pecar que me interessa” 

Dono de uma sonoridade vocabular repleta de aliterações e assonâncias, que remetem à intensa oralidade e à pulsão musical, refletindo no leitor o desejo de ler os poemas em voz alta, o poeta brinca com as palavras, cria neologismos, utiliza-se de colagens originais, e soma ao seu vasto arsenal de recursos, o uso das antíteses, dos paradoxos, das metonímias, das metáforas, dos pleonasmos e, principalmente, das hipérboles, através de poemas de impactante beleza. Esse jogo vocabular, que a tudo harmoniza, transforma a dinâmica do verso, dá agilidade, tensão e ritmo envolventes a uma poesia elétrica e eletrizante. Um bloco de tesão carnavalizante e tropical - atrás de Artur Gomes só não vai quem não o leu. 

“quero dizer que ainda é cedo

ainda tenho um samba/enredo

tudo em nós é carnaval”

De forma lúdica e irônica, reconstrói, ou reverte, as intenções de Guimarães Rosa, quando Sagarana se mistura à ideia de paisagens e ao sentido de sacanagens; e às de Mario de Andrade - onde Macunaíma reparte seu teor catártico em poéticas folias, ou em fulias de imagens, ou seja, em fulinaímicas poesias, banhadas de caos e humor. 

“é língua suja e grossa

visceral ilesa

pra lamber tudo que possa

vomitar na mesa

e me livrar da míngua

desta língua portuguesa” 

Ao seguir de perto o conceito metafórico do processo crítico e cultural da Antropofagia, o artista ratifica seus valores, com sua língua literária, e reafirma o ato de não se deixar curvar diante de certa poesia catequisada pela mesmice e pelo lugar comum, distanciando-se da homogeneidade de certo academicismo impotente e de certos parâmetros poéticos com que já nos acostumamos. De acordo com o próprio autor, revelado em uma entrevista, SagaraNAgensFulinaímicas é um pedido de bênção a seus Mestres, imbuído do teor catártico que sua poesia contém, como o fragmento do poema que abre o livro: 

“guima meu mestre guima

em mil perdões eu vos peço

por esta obra encarnada

na carne cabra da peste”

E afirma: 

“só curto a palavra viva

odeio essa língua morta

poema que presta é linguagem

pratico a SagaraNAgem

no centro da rua torta” 

No livro, os poemas se interpenetram, linguisticamente, libidinosos, doces e cruéis, vampiros de imagens ferrenhas, num aparente jogo de representação, onde o rosto do poeta se mostra e se esconde, de acordo com a mutação e o reflexo de seus espelhos interiores. Seus textos ora afirmam, ora desmentem o já dito, a nos lembrar um de seus ídolos, Raul Seixas, e a sua metamorfose ambulante. Sentimentos contraditórios, como se o autor quisesse, propositalmente, escorregar segredos pelos nossos olhos, ambiguamente, rindo de nós, a nos instigar:  “Desnudem a minha esfinge!”

“eu não sou flor que se cheire

nem mofo de língua morta”

Na verdade, sua poesia apresenta vários (re) cortes, várias direções, vários abismos e formas de olhar a vida e o mundo. Como se o verdadeiro Artur se dissolvesse em outros, a cada poema, e essa dissipação o transformasse em alguém improvável, impalpável. Errante. Artur Gomes, ele mesmo, são muitos. E todos nós. Afinal, “o poeta é um fingidor”, ou não? 

“a carne que me cobre é fraca

a língua que me fala é faca

o olho que me olha vaca

alfa me querendo beta

juro que não sou poeta”

Tantas vezes escatológico e sensual, numa performance textual que parece uma metralhadora giratória, o seu imaginário poético explode em tatuagens, navalhas, sangue, cicatrizes, punhais, facas, cuspe, pus, línguas, dedos, dentes, unhas, seios, paus, porra, carne, flores e lençóis, como um paraíso construído num inferno, e toca o nosso céu interior, nas ondas de um mar verde escondido em nosso peito. Na nossa melhor alma. 

Sem falsos pudores, o autor procura, em seu liquidificador de palavras, misturar o erótico, o profano e o sagrado, com cortes de cinismo e grande dose de humana solidariedade. Equilibrista na corda-bamba, sem rede de proteção, entre razão e delírio, instiga dualidades com seus versos de alta voltagem poética. Com linguagem rebuscada, seu trabalho ultrapassa os limites das páginas do livro, e reverbera como tambor, mesmo após o término de sua leitura.

“a carne da palavra

: POESIA

l a v r a q u e s o l e t r o

todo Dia” 

A poesia de cunho social é, igualmente, referência obrigatória em seu trabalho, desde o início de sua carreira literária, marcadamente, em Jesus Cristo Cortador de Cana, de 1979, mas, principalmente, no memorável e premiado O Boi Pintadinho, de 1980. Esses poemas político-sociais, junto ao tema amoroso, também encontramos em outras obras importantes do poeta, como Suor & Cio, de 1985, Couro Cru & Carne Viva, de 1987 e 20 Poemas com Gosto de JardiNÓpolis& Uma Canção com Sabor de Campos, de 1990, e se inserem em todos os seus livros posteriores, que culminam agora em SagaraNAgensFulinaímicas. 

Em suas viagens imemoriais, o poeta mistura São Paulo, Copacabana, Búzios, calçadas, origem, chão, mares, cactos, sertão, onde tudo sangra de maneira violentamente bela e sem volta. Só a língua a ser reconstruída em poesia. 

“ando por são Paulo meio Araraquara

a pele índia do meu corpo

concha de sangue em tua veia

sangrada ao sol na carne clara” 

Artur Gomes sabe que ao escritor cabe proporcionar beleza e prazer. Entende que a poesia existe para expressar a condição humana, tocar o coração e a emoção do outro, e dar oportunidade para que seu interlocutor tenha chances de conhecer-se mais e melhor. E que só há um meio de o poeta conseguir seu intento: cuidar e aperfeiçoar a linguagem. Sempre coerente, Artur Gomes sublinha o essencial de seu pensamento, ratificando em seu trabalho que as duas maiores palavras da nossa língua são amor e liberdade. 

“a coisa que me habita é pólvora

dinamite em ponto de explosão

o país em que habito é nunca

me verás rendido a normas

ou leis que me impeçam a fala” 

SagaraNAgensFulinaímicas veio confirmar o que os leitores do poeta já sabiam: Artur Gomes é um artista instigante, um cantador que desafia rótulos. No seu fazer poético, há um desfocar proposital da realidade, onírico e cinematográfico, que mergulha em constantes vulcões, em permanente ebulição – um texto em contínuo movimento. 

Sua poesia metalinguística, plástica, furiosa, delicada, passional, corporal, sexual, desbocada, invasiva, libertária, corrosiva, visceral, abusada, dissonante, épica é, antes de tudo, a poesia do livre desejo e do desejo livre. Nela, não há espaço para o silêncio: é berro, uivo, canto e dor. Pulsão. Textura de vida. Uma poesia que arde (em) seu rio de palavras.


2018 – Juras Secretas


Juras Secretas 

feitiçarias de Artur Gomes - por Michèle Sato 

Difícil iniciar um prefácio para abordar feitiçarias de um grande mestre. A mágica aparição do texto transborda sentidos cósmicos, como se um feixe de luz penetrasse em um túnel escuro dando-lhe o sorver da vida. Diariamente, recebo um deserto imenso de poemas e a leitura se esvai com “batatinha quando nasce põe a mão no coração”. Um ou outro me chama a atenção, desde que sou do chamado “mundo das ciências” e leio poemas com coração, mas inevitavelmente aguçado pelo olhar crítico vindo do cérebro. 

A academia pode ser engessada, mas é, sobremaneira, exigente. Aplaude o inédito, reconhecendo que o poema é um caos antes de ser exteriorizado, mas harmônico, quando enfeitiçado. A leitura requer algo como canto do vento, que não seja fugaz, mas que acaricie no assopro da Terra. Por isso, é com satisfação que inicio este pequeno texto, sem nenhuma pretensão de esgotar o talento do grande mestre, mas responder aos poemas de Artur que brilham, soltam faíscas, incendeiam-se em erotismo e garras enigmáticas. Ele transcende regras, inventa palavras, enlouquece verbos. E as relações estabelecidas revelam a desordem dos sonhos na concretude harmônica de suas palavras. 

A aventura erótica não se despede de seu olhar político. Situado fenomenologicamente no mundo, e transverso nele, Artur profana o sagrado com suas invenções transgressoras. Reinventa a magia e decreta uma nova vida para que o mundo não seja habitado somente pelos imbecis. Dança no universo, com a palavra fluída, imprevistos pitorescos, mordidas e grunhidos. Reaparece no meio de um cacto espinhoso, mas é absurdamente capaz de ofertar a beleza da flor. Contemporâneo e primitivo se aliam, vencem os abismos como se ao comerem as palavras monótonas, pudessem renascer por meio da antropofagia infinita de barulhos e silêncios. O sangue coagulado jorra, as cavernas se dissolvem e é provável que poucos compreendam a beleza que daí se origina. 

Nos labirintos de suas palavras, resplandece o guerreiro devorador, embriagado, quase descendo ao seu próprio inferno. Emana seu fogo, na ardência de sexo e simultaneamente na carícia do amor. Pedras frias se aquecem, coram com o tom devasso que colore a mais bela das pornofonias. Marquês de Sade sente inveja por não ser o único déspota das palavras sensuais. E os poemas de Artur reflorescem, exalam odor como desejos secretos e risos que ecoam no infinito. 

não fosse essa alga queimando em tua coxa ou se fosse e já soubesse mar o nome do teu macho o amor em ti consumiria (jura secreta 5) 

De repente um cavalo selvagem cavalga na relva úmida, como se o orvalho da manhã pudesse revelar o fogo roubado das pinturas rupestres. Ao som de tambores, suas palavras se tornam arte em si, como se fossem desenhos projetados em um fantástico mundo vertiginoso. Seres encantados surgem das águas originários de sentimento, abraçadas nas pedras lisas, rugosas, esverdeadas da terra. O fogo dança em vulcões e a metamorfose é percebida em seus ares. Os elementos se definem como bestas, humanos, ou segmentos da natureza como uma orquestra sinfônica que vai além da sonoridade. Adentram sentidos polissêmicos e, neste momento, até o André Breton percebe o significado das palavras de Artur, pois a beleza é convulsiva e crava no peito feito cicatriz. 

e o que não soubesse do que foi escrito está cravado em nós como cicatriz no corte (jura secreta 10) 

Da violação do limite, do fruto proibido ou da linguagem erótica, os poemas de Artur são orgasmos literários que oscilam entre o sacro e o profano. Sua cultura, visão de mundo e inteligência possibilitam ir além da pura emoção sentimental, evocando a liberdade para que a terra asfixiada grite pela esperança. Artur comunga com outros seres a solidariedade da Terra, ainda que por vezes, seja devastador em denunciar disparidades, mas é habilidoso em anunciar acalentos. A palavra poética desfruta fronteiras, e Roland Barthes diria que a história de Artur é o seu tributo apaixonado que ele presta ao mundo para com ele se conciliar. Em sua linguagem explosiva, provavelmente está a intensidade de sua paixão - um amor perverso o suficiente para viciar em suas palavras, mas delicado o bastante para dar gênese ao mundo enfeitiçado pela habilidade de sua linguagem. 

A essência deste perfume parece estar refletida num espelho, pois se as linguagens podem incluir também o silêncio, as palavras de Artur soam como uma melodia. Projetada numa tela, a pintura erótica torna-se sublime e para além de escrevê-las, ele vive suas linguagens. Esta talvez seja a diferença de Artur com tantos outros poetas: a sua capacidade de transcender a tradição medíocre para viver um intenso de mistério de sua poética. Ele não duvida de suas palavras, nem as censura para não quebrar seu encanto, mas devora em seu ser na imaginação e no poder de sua criação. Criador e criatura se misturam, zombam da vida, gargalham da obviedade. Põem-se em movimento na dança estrelas que iluminam a palavra. 

Os fragmentos poéticos são misteriosos de propósito, uma cortina mal fechada assinala que o palco pode ser visto, porém não em sua totalidade. Disso resulta a sedução para que ele continue escrevendo, numa manifestação enigmática do poder surrealista em nos alertar sobre nossas incompletudes fenomenológicas. O imperfeito é o sentido da fascinação, diria Barthes em seus fragmentos de um discurso amoroso. E a poética de Artur não representa ressurreição, nem logro, senão nossos desejos. O prazer do texto pode revelar o prazer do autor, mas não necessariamente do leitor. Mas Artur lança-se nesta dialética do desejo, permitindo um jogo sensual que o espaço seja dado e que a oportunidade do prazer seja saciada como se fosse um "kama sutra poético" para além do prazer corporal. Esta duplicidade semiológica pode ser compreendida como subversiva da gramática engessada - o que, em realidade, torna seus textos mais brilhantes. Não pela destruição da erudição, mas pela abertura da fenda, para que a fruição da linguagem seja bandeira cultural da liberdade. 

E a sua liberdade projeta-se num horizonte onde a dimensão sócio-ambiental é freqüentemente presente. É uma poesia universal de representações urbanas e rurais, de flora, fauna e fontes de praças públicas. Desacralizando o “normal previsível”, borda em sua costura de mosaicos, esquinas e passaredos. 

eu sei de gente e de bichos ambos atolados no lixo tem gente que come bicho tem bicho que come gente tem gente que vive no lixo tem lixo que mora no bicho gente que sabe que é bicho e bicho que pensa ser gente (jura secreta 28) 

A poética das Juras Secretas opõem-se a instância pretérita numa espiral de presente com futuro. Metafisicamente, desliga-se do momento agonizante e os olhos do poeta não se cansam, ainda que a paisagem queira cansá-los. Seu toque lembra o neoconcretismo, por vezes, cuja aparição na semana da arte moderna mexeu com os mais tradicionais versos da literatura ordinária. Mas sua temporalidade vence Chronos, na denúncia de um calendário tirano ao anúncio de Kairós, também senhor do tempo, mas que media pelos ritmos do coração. 

20 horas 20 noites 20 anos 20 dias até quando esperaria... até quando alguém percebesse que mesmo matando o amor o amor não morreria
. (jura secreta 51) 


É óbvio que a materialidade da linguagem, sua prosódia e seu léxico se mantêm no texto. Mas foge das estruturas engessadas do arrombo repetitivo, florescendo em neologismos verossímeis e ritmos cardíacos. Amiúde, são palavras jorradas em potente cultura significante. No chão dialogante, este poeta desestabiliza a normalidade com suas criações. 

por que te amo e amor não tem pele nome ou sobrenome não adianta chamar que ele não vem quando se quer porque tem seus próprios códigos e segredos mas não tenha medo pode sangrar pode doer e ferir fundo mas é razão de estar no mundo nem que seja por segundo por um beijo mesmo breve por que te amo no sol no sal no mar na neve. (jura secreta 34) 

ARTUR GOMES é, para mim, um grande relato de seu próprio devir, que sabe poetizar a partir de seu vivido. E por isso, enfeitiça. 
 

Michèle Sato – Bióloga, pesquisadora na Universaidade Federal do Mato Grosso do Sul.

2019 – Pátria A(r)mada – Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio

TRÊS TOQUES PARA PENETRAR NA NOITE ESCURA  DESTA

PÁTRIA A(R)MADA

1

Artur Gomes é daqueles poetas que não se contentam em grafar suas palavras apenas nas páginas de um livro. Ele inscreve seus poemas no próprio corpo, na própria voz. Misto de ator saltimbanco e trovador contemporâneo, seus versos ritmados e musicais redobram a força quando saltam do papel para a garganta. O CD Fulinaíma – Sax, Blues Poesia, que gravou em parceria  com os músicos Dalton Freire, Luiz Ribeiro, Naiman e ReubesPess, nos primórdios deste terceiro milênio, é uma das experiências mais bem-sucedidas da fusão entre poesia oralizada e música: os versos lancinantes surgem como navalhas de corte preciso entre os blues, bossas, rocks e baladas. Navalhas que acariciam, mas também cortam a pele do ouvinte.

Há delícia e dor em sua poética. Uma delícia sensual, sexual, que se explicita em versos como “poderia abrir teu corpo / com os meus dentes / rasgar panos e sedas // com as unhas /arreganhar as tuas fendas / desatar todos os nós // da tua cama arrancar os cobertores / rasgando as rendas dos lençóis”. Há dor por uma terra prometida e sempre adiada, “por uma bandeira arriada / num país que não levanta”. É nesse espaço entre a delícia e a dor que o trovador levanta sua voz e emite seus brasões em alto e bom salto, a plenos pulmões: “eu não tenho pretensões de ser moderno / nem escrevo poesia pensando em ser eterno / veja bem na minha língua as labaredas do inferno / e só use o meu poema com a força de quem xinga”.

2

Cada poeta escolhe sua tribo, reinventa seus ancestrais. A tribo de Artur Gomes vem de uma vasta tradição de trovadores inquietos e inquietantes, hábeis no trato do verso e ferinos no uso do humor, do amor e da revolta. Uma linhagem que vai de Arnaut Daniel a Zé Limeira e passa por Oswald de Andrade, Torquato Neto, Paulo Leminski e Uilcon Pereira, para listar alguns.

Cada poeta inventa também o território mítico onde mergulha sua poesia e sua própria vida. Alguns de maneira explícita, outros, mais velada. Há muitos anos surge na poesia de Artur o termo “Fulinaíma”, como uma Macondo espectral, que perpassa livros, sobe aos palcos, atravessa as faixas do CD. Seria um território de folias macunaímicas, uma terra de prazeres e ócios criativos, avessa ao eterno passado colonial que não conseguimos nunca superar, como o fantasma de antigos engenhos em que a “usina / mói a cana / o caldo e o bagaço // usina / mói o braço / a carne o osso // usina / mói o sangue / a fruta e o caroço // tritura suga torce / dos pés até o pescoço”?

3

Artur Gomes é também daqueles poetas que vivem reescrevendo seus poemas, reinserindo-os em outros contextos, reinventando “a poesia que a gente não vive”, aquela mesma que transforma “o tédio em melodia” - para relembrar Cazuza, outro bardo pertencente a mesma tribo. Quem acompanha sua trajetória errante e anárquica provavelmente vai identificar neste livro poemas já publicados em outros – porém, com modificações de tonalidades, de timbres, de intenções.

Se não é despropositado pensar que Dante Alighieri enxertou em sua Divina Comédia inúmeras desavenças políticas, sociais e culturais de sua época e mandou para o inferno pencas de seus inimigos florentinos, é interessante perceber este Pátria A(r)mada reinventado no contexto deste Brasil que retrocedeu décadas depois do golpe político-jurídico-midiático deflagrado em 2016. Esses tempos passarão, é certo, mas este livro ficará – como um potente desconforto, um desajuste, um desconcerto desse mundo cão e chão. Se vale como trágica

profecia – ao modo do cego Tirésias –, após um breve período de sonhos que mais uma vez não se cumpriram, os olhos abertos desses versos ecoarão nos ouvidos de muitos e cortarão a carne de tantos: “ó, baby, a coisa por aqui não mudou nada / embora sejam outras siglas no emblema / espada continua a ser espada / poema continua a ser poema”.

Ademir Assunção – poetaescritorjornalista e letrista de música brasileira. Autor de livros de poesia, ficção e jornalismo, venceu o Prêmio Jabuti 2013 com A voz do Ventríloquo (Melhor Livro de Poesia do ano). Poemas e contos de sua autoria foram traduzidos para o inglês, espanhol e alemão, e publicados em livros e revistas na Argentina, México, Peru e EUA.

 

Impressões (iniciais)

de "Pátria A(r)mada":

Por Nic Cardeal

 Ademir Assunção está corretíssimo - sua poesia, Artur, não é literatura que se conforma em permanecer apenas nas páginas de um livro, pois a sua palavra é feita muito mais de som - de GRITO! - do que de apenas letras grafadas sobre o papel. E esse som entra não somente pelos ouvidos, mas também transpassa através da pele e por toda a cartografia do corpo, como uma tatuagem latejante, marcando fundo todas as suas texturas, até alcançar as veias, os veios, misturando-se ao sangue, à seiva nossa de cada dia, para finalmente alimentar a alma com força, resistência, e também com a revolta/dor necessária à sobrevivência da esperança! Em "Pátria A(r)mada" essa revolta é imensa, diretamente proporcional aos absurdos do capitalismo que nos tem devorado em variados âmbitos e sentidos. Sua inquietude poética é a força necessária para que não sucumbamos nos abismos do conformismo e da resignação, e possamos seguir adiante, ainda que os tempos estejam cada vez mais obscuros... mas há também o amor (ainda bem!), sobreposto à miséria da realidade nua e crua de um país despedaçado e submisso às mais variadas formas de violência daqueles "poderes" desumanos, armados até os dentes... Muito bem escolhido o título do livro, que de "Pátria amada" foi transformado em "Pátria armada", retrocedendo a um fascismo nojento após o golpe explícito de 2016. A sua denúncia é política, social, cultural, humanitária, ética, estética - e poética! Lerei muitas outras vezes, para absorver com mais vagar cada poema! Parabéns!

Sua poesia é viva - e é vida! Adorei! Grande abraço!

2020 – O Poeta Enquanto Coisa

2022 – Pátria A(r)mada – 2ª Edição


2022 – tem o poema Deus Não Joga Dados – publicado na Revista Blic A Brac XXI – Edição Especial – O Pau Brasil Sangra – Org. Luis Turiba

 


 Tem poesias publicadas nas principais revistas digitais de arte e literatura, tais como: GERMINA, GUETO, ACROBATA, RUÍDO MANIFESTO, QUATETÊ, ESCRITA DROIDE, MALLARMARGENS, CRONÓPIOS e ALGUMA POESIA - Tem poesias publicadas também no Suplemento Cultural do Diário Oficial de Minas Gerais-MG e Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado de São Paulo-SP


Tem inédito o livro O Homem Com A Flor Na Boca – lançamento previsto para 2023

E em processo de  criação o livro: Itabapoana Pedra Pássaro Poema


Música

A música é a segunda linguagem na poesia de  Artur Gomes. Em 1974 inicia suas parcerias com o músico.compositor.cantor fidelense Paulo Ciranda, com que m tem mais de 100 composições finalizadas.

1974 – Caminho de Paz – Artur Gomes/Paulo Ciranda – 1º Lugar no Festival de Música de São Fidélis-RJ

1976 – Balada Pros Mortais – Artur Gomes/Paulo Ciranda – 1º Lugar no Festival de Música de Itaocara-RJ

1977 – Balada Pros Mortais – 1º Lugar no Festival de Música Universitária – Rio de Janeiro

1977 – Ave da Paz – Artur Gomes/Paulo Ciranda é gravada por Biafra – no CD leão

1981 – Fotografia Urbana – Artur Gomes/Paulo Ciranda – 2º Lugar no Festival de Música de Itaocara-RJ

1981 – Boi-Pintadinho – Artur Gomes/Paulo Ciranda – 1º Lugar no Festival de Música de Miracema-RJ

1981 –  Com Boi-Pintadinho, Paulo Ciranda faz apresentações na TVE-Rio e no programa Som Brasil na TV Globo.

1982 – Fotografia Urbana – 1º Lugar no Festival dos Festivais – Itaocara-RJ

1983– Ave da Paz – Artur Gomes/Paulo Ciranda é gravada por Biafra – no CD Leão Ferido

1985 – O Sonho Deve Ser Assim – Artur Gomes/Biafra – gravada por Biafra no CD Sonho de Ícaro

1992 – Papagaio da Quitanda, Tema de Encontro e Canta Que Canta  - Artur Gomes/Paulo Ciranda – gravada por Paulo Ciranda no CD Mata Atlântica.

1992 – Marca Registrada – Artur Gomes/Luiz Ribeiro – gravada pela banda Avyadores do Brazyl no Disco Qualquer Prazer.

2002 – lança o CD Fulinaíma Sax Blues Poesia – com os parceiros Dalton Freire, Luiz Ribeiro, Naiman e Reubes Pess.

2022 – Feira de Amostra – Artur Gomes/Paulo Ciranda – gravada por Paulo Ciranda e Grupo Terra Sol

https://www.youtube.com/watch?v=XaZzqgyxx2U

2022 – Qualquer Luz e Águas Claras – Artur Gomes e Otávio Cabral – gravadas por Otávio Cabral

Tem gravado e ainda inédito o CD Fulinaíma Afro Tupiniquim -  com produção fonográfica  do seu filho Filipe Barbosa Buchaul Gomes – Fil Buc. 

canal no youtube - https://www.youtube.com/@fulinaima/videos


Teatro – é a terceira linguagem na poesia de Artur Gomes, e foi levada ao palco pela primeira vez em 1975, no Teatro de Bolso em Campos dos Goytacazes-RJ por Antonio Roberto de Gois Cavalcanti (Kapi), que dirigiu o musical Gotas de Suor com textos de Artur Gomes e músicas em parceria com Paulo Ciranda e Vítor Meirelles.

Projetos Que Criou ou teve Participação como convidado –

1975 Cria a Oficina de Artes Cênicas da ETFC,  interpreta o personagem Judas, da peça Judas – O Resto da Cruz – texto de sua autoria, dos livros Mutações Em Pré-Juízo e Além da Mesa Posta - adaptado para o teatro por Deneval de Azevedo Filho, realizada no SESC Campos, com direção de Ronaldo Pereira

De 1975 a 1986 – A Oficina de Artes Cênicas é realizada a revelia d a Direção da Escola. Em 1986 Luciano D´Ângelo  é eleito Diretor da ETFC, e a  Oficina de Artes Cênicas é oficializada como uma das atividades culturais da ETFC. Em 1997 com a nova LDB criada por Darcy Ribeiro, a Oficina de Artes Cênicas passa a fazer parte do currículo escolar do Ensino Médio, com uma carga horária de 200 horas anuais.

1976 – interpreta o personagem Fando, da peça Fando e Lis, de Fernando Arrabal, no Teatro do SESC – direção: Orávio de Campos Soares.

1976 – realiza no SESC Campos e no Teatro São João em São João da Barra-SP a performance poética.teatral 25 Anos de Sonho e Sangue

1977 – ganha o prêmio de melhor intérprete no Festival de Poesia, realizado no Teatro de Bolso, pelo Departamento Municipal de Cultura de Campos, dirigido na época pelo Jornalista e Poeta Prata Tavares.

1977 – integra o elenco da peça Avatar, de Paulo Afonso Grisoli, no Teatro do SESC – direção: Orávio de Campos Soares

1977 – interpreta o personagem ARAUTO, na montagem da peça Auto de Proclamação da Vila de São Salvador, realizada no Ginásio de Esportes da Escola Técnica Federal de Campos – Direção: Winston Churchill Rangel

1978 – poema Canta Cidade Canta – 1º Lugar no Festival de Poesia do Departamento Municipal de Cultura de Campos

1979 – Poema Para O Povo Em Tempo de Abertura – 1º Lugar no Festival de Poesia do Departamento Municipal de Cultura de Campos.

1980 a 1987 – Encena com alunos da Oficina de Artes Cênicas da ETFC o Auto do Boi-Pintadinho pelas ruas de Campos – e cria em 1987 a Ciranda do Boi Cósmico – espetáculo realizado no Ginásio de Esportes da ETFC  

1982 poema Boi-Pintadinho, 1º lugar no concurso de Poesia realizado pelo MEC

1983 – Cria a Mostra Visual de Poesia Brasileira – realizada de 1983 a 1994 em diversas cidades brasileiras. A sua primeira edição é realizada no Palácio da Cultura em Campos dos Goytacazes, em setembro de 1983.

1985 – Realiza uma edição especial da Mostra Visual de Poesia Brasileira, no Centro de Cultura de Macaé, com apoio do Suplemento Cultural do jornal O Fluminense – dirigido por Martinho Santafé - onde lança o Projeto: Vista-se de Poesia 

1985 – Participa do Encontro de Escritores – realizado em Jardinópolis-SP

1986 – Realiza uma edição especial da Mostra Visual de Poesia Brasileira, no Palácio da Cultura, em homenagem ao poeta Manuel Bandeira, com apoio do Departamento Municipal de Cultura, onde atuava como assessor da Diretora Diva Abreu Barbosa.  

1987 – Participa da Comissão de Organização do Seminário: Brasil: Uma Cultura Em Questão – realizado na cidade de Batatais-SP

1987- Realiza performance.poética na Biblioteca Municipal de Belo Horizonte-MG, com poesias do livro Couro Cru & Carne Viva.

1987 – Realiza a performance poética-erótica Overdose NU Vermelho, no Bar Vermelho, em Campos dos Goytacazes-RJ, com  as participações dos artistas plásticos,  Genilson Paes Soares, Nilson Siqueira e do modelo João Vilani, o primeio NU Artístico realizado nas ruas de Campos. 

1987 - Realiza com alunos da Oficina de Artes Cênicas da ETFC,m a performance.poetica Ensaio 27, com poesia do livro Couro Cru & Carne Viva, e  a participação especial do ex-aluno do Curso Técnicpo de Edificações, Genilson Paes Soares 

1988 – Participa do projeto do Centenário da Abolição – realizado na UNESP em São José do Rio Preto-SP – além de participar de uma mesa de debates sobre o teatro de Oswald de Andrade,  apresenta a performance.poética Terra de Santa Cruz, com a poesia do livro: Couro Cru & Carne Viva.

1988 - Realiza com estudantes da Oficina de Artes Cênicas da ETFC, o espetáculo teatral A Cor DA Pele, com a poesia de Adão Ventura. 

1988 – Apresenta a performance.poética A Cor Da Pele, no Teatro Francisco Nunes em Belo Horizonte-MG, com a poesia de Adão Ventura, e o poema ASSASSIGNO, de Marcio de Almeida. 

1989 – 1990 – Coordena o Encontro Nacional de Poesia Em Voz Alta – realizado pela Fundação Cultural Oswaldo Lima.

1989 – Cria o Festival de Música da Primavera realizado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima na Arena do Parque Alberto Sampaio.  coordena até 1990.

1989 - Realiza no Teatro de Bolso a montagem da peça Jesus Cristo Cortador de Cana, com 9 alunas da Escola de Serviço Social da UFF, e o aluno da Oficina de Artes Cênica da ETFC, Eugênio Soares. 

1990 – Participa da Comissão de Organização do Seminário: Brasil Cultura e Resistência – realizado na cidade de Registro-SP

1991 – Ganha o prêmio de Melhor Intérprete do Econtro Nacional de Poesia Em Voz Alta, interpretando poesias de Aluisio Abreu Barbosa.

1992 – Dirige Oficina de Criação Literária na UNESP – em São José do Rio Preto-SP

1992 – Realiza performance.poética na Livraria e Espaço Cultural Alpharrabio em Santo AndréSP, a convite da poeta Dalila Teles Veras.

 1993 - Cria a Mostra Visual de Poesia Brasileira – Mário de Andrade -100 Anos – realizado pelo SESC-SP.

1994 - Encena com alunos da Oficina de Artes Cênica do CEFET-CAmpos a perfrmance Retalhos Imortais do SerAfim, uma releitura do livro Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade

1994 - Realiza em Teresina-PI a 11ª Edição da Mostra Visual de Poesia Brasileira, numa homenagem a poesia de Torquato Neto e Mário Faustino

 1995 - Cria o projeto Retalhos Imortais do SerAfim – Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim – realizado pelo SESC-SP.

1995 – Realiza a Exposição Poemas Gráficos Visuais, na Livraria e Espaço Cultural Alpharrabio em Santo André-SP com a performance Dois Em Um  tendo como companheiro de cena o cantor.ator Carlos Careqa.

1995 - Realiza a exposição de poemas.gráficos.visuais Os Órfãos de Oswald, no Festival de Inverno de Ouro Preto-MG e encena o poema Cântico dos Cânticos Para Flauta & Violão, com  a participação dos alunos da Oficina de Artes Cênicas do CEFET-Campos, Clarice Terra e Rey de Sousa.  

1996 – Dirige Oficina de Criação Literária no SESC-Campinas-SP – onde cria a palavra FULINAÍMA.

1996 – Participa do projeto Poesia 96 – realizado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo-SP

1996 – Participa e realiza performance.poética no Encontro de Escritores, realizado em Caxambu-MG, pelo Sindicato de Escitores do Estado de Minas Gerais.

De 1996 a 2016 – realiza performances.poéticas, dirige Oficinas e faz Curadorias para Exposições de Poesia Visual e Audiovisual no Congresso Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves-RS.

1996 – Dirige a Escolinha de Teatro Infantil Alpharrabio em Santo André-SP onde monta a com 25 alunos a peça O Cavalinho Azul, de Maria Clara Machado.  Além de apresentações no Espaço Cultural e Livraria Alpharrabio, o espetáculo teatral é apresentado nas unidades do SESC São Caetano e Carmo.

1997 - Participa da Oficina de Criação Literária, dirigida por Sebastião Nunes, no Festival de Inverno de Ouro Preto-MG, onde é criado o livro: Do Requinte do Lírico Ao Delicado do Erótico.

1998 - Cria em parceria com Kapi, o projeto Brecht Com 100 e encena com alunos da Oficina de Artes Cênicas do CEFET-Campos, os espetáculo teatrais: Brecht Versus Suassuna e Mendigos Jantam Brecht.  

1999 – Cria o  FestCampos De Poesia Falada – realizado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima e coordena até o ano de 2004.

Em 2002 lança o CD Fulinaíma Sax Blues Poesia e tem gravado e ainda inédito o CD Fulinaíma Afro Tupiniquim

2000 - Realiza a performance poética.musical Fulinaíma Sax Blues Poesia, com os parceiros Dalton Freire e Luiz Ribeiro, na I Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ. 

2001 - Realiza a performance poética.musical Fulinaíma Blues Poesia, com o parceiro Luiz Ribeiro, no projeto Poesia Simplesmente, no Teatro Glaucio Gil - Copacabana-Rio de Janeiro-RJ

2002 - Realiza a performance poética.musical Fulinaíma Sax Blues Poesia, com os parceiros, Dalton Freire, Luis Ribeiro, Naiman e Reubes Pess, na IIª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ

2002 - Dirige no SESC Campos o Projeto - Terças |Poéticas - Poesia Em Cena -  e faz a produção do Espetáculo Teatral - Quando A Libido Ataca, com a Cia de Teatro Contemporâneo do Rio de Janeiro, com Direção de Dinho Valadares. 

2003 - Realiza no Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves-RS, a performance poética.teatral LeminskiArte da Palavra Em Cena, com May Pasquetti

2004 - Realiza a performance poética.musical Fulinaíma Sax Blues Poesia, com os parceiros Dalton Freire, Luiz Ribeiro, Naiman e Reubes Pessa, na IIIª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ.

2005 -  Realiza a performance.poética Tecidos Sobre A Pele - com poesia do livro Suor & Cio, na Abertura do FestCampos de Poesia Falada. 

2005 - Dirige o projeto A Arte da Palavra Em Cena, na Casa de Cultura Vila Maria, em Campos dos Goytacazes-RJ

2006 - Realiza  performance.poética com poesias de Mário Quintana, com May Pasqueti, no Congresso Brasileiro de Poesia- Bento Gonçalves-RS   


  

2007 – Inicia em Cabo Frio suas experimentações com produção Audiovisual, em parceria com o mímico e ator Jiddu Saldanha.

Poesia Proibida - documentário dirigido por Jiddu Saldanha, como foco na poesia de Artur Gomes  - https://www.youtube.com/watch?v=63qIA7bdWV0

2007 – Realiza a performance.poética O Amor Em Estado de Vinho E Uva, com May Pasquetti, na FENAVINHO – Bento Gonçalves-RS

2008 – Realiza a performance.poética O Amor Em Estado de Vinho E Uva, com May Pasquetti e Érica Ferri, no Congresso Brasileiro de Poesia – Bento Gonçalves-RS – com Direção de Jiddu Saldanha

2008 – Dirige Oficinas de Produção Audiovisual  e Realiza performances.poéticas na Feira do Livro de Imperatriz, no Maranhão-SP e é homenageado pelo Belô Poético, evento realizado em Belo Horizonte-MG pelo poeta Rogério Salgado.

De 2010 até os dias atuais coordena o Departamento de Cinema do Proyecto Sur Brasil – em Bento Gonçalves-RS

2011 – Realiza performance.poética no SESC Piracicaba-SP

 De 2011 a 2012 – Dirige o Laboratório de Produção Cine Vídeo – no IFF Campos Campus Centro

De 2011 a 2012 – Dirige no SESC Campos Oficinas de Produção Cine Vídeo

2012 – Realiza performance.poética com a poesia de Pablo Neruda, no Circuito Cultural de Arte Entre Povos, realizado no Centro Cultural Luciano Bastos, em Bom Jesus do Itabapoana-RJ

2012 - Realiza performance.poéticas no projeto Te Vejo na Laura, realizado na Casa de Cultura Laura Alvim - Ipanema - Rio de Janeiro-RJ, com direção de Rodrigo Bittencourt e Maria de Resende 

2012 – Realiza performances.poéticas  e Dirige Oficina de Produção Cine.Vídeo na Feira do Livro de São Luis – Maranhão-MA

2013 – Realiza performances.poéticas e dirige Oficina de Produção Cine.Vídeo no Circuito Cultural Arte Entre Povos, percorrendo  13 cidades nos Estados do Rio, Espírito Santo e Minas Gerais.

2014 – Realiza performance.poética e é homenageado  no Psiu Poética, em Montes-Claros-MG, evento realizado pelo poeta Aroldo Pereira.

 De 2014 a 2016 – Dirige no SESC Campos Oficinas de Artes Cênicas

 De 214 a 2017 – Dirige no SINASEFE – seção Campos o Curso de Teatro Multi Linguagens e produz o Sarau Baião de Dois

2015 – Realiza performance poéticas com poesias do livro SagaraNAgens Fulinaímicas, no Festival Doces Palavras –Jardim  São Benedito - Campos dos Goytacazes-RJ 

2015 -  Dirige no SESC Glória – Vitória-ES a Oficina O Amor E Outras Poéticas, na poesia de Torquato Neto e Paulo Leminski, a convite do então Diretor do Departamento de Literatura do SESC Glória Wilson Coêlho.

2017 – Realiza performance.poética e dirige Oficina na Virada Cultural Paulista, no SESC São Carlos-SP

https://www.youtube.com/watch?v=WIu-OsAlsPI&t=1s

2018 – Realiza performance.poética com a poesia do livro Juras Secretas, e dirige Oficina de Produção Audiovisual no Festival de Brasília, realizado no Museu da República.

 De 2018 a 2019– Leciona Poéticas no Curso Livre de Teatro da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima em Campos dos Goytacazes-RJ e volta a coordenar o FestCampos de Poesia Falada

2019 – Realiza performances poéticas com poesias do livro Juras Secretas no Psiu Poético em Belo Horizonte – MG

 2020 – Cria o Festival Virtual de Poesia Falada – realizado na página Studio Fulinaíma Produção Audiovisual

https://www.facebook.com/studiofulinaima

2021 – Faz Curadoria e Produção da Mostra Virtual de Poesia Falada – Realizada pelo SESC – Piracicaba-SP

2021 – tem o seu vídeo.poema Goytacá Boy selecionado para o Projeto Arte de Toda Gente – FUNARTE-Rio – Curadoria de Tchello d´Barros

2022 - Cria a Biblioteca Bracutaia, na ONG Beija Flor - Casa da Solidariedade - na Praia de Gargaú - São Francisco de Itabapoana-RJ

2022 – Cria o Projeto Geleia GeralRevirando A Tripicália – Semana de 22 100 Anos Depois – e realiza 7 Edições de junho a dezembro, na Santa Paciência – Casa Criativa – em Campos dos Goytacazes-RJ. Com música, teatro, roda de poesia, exposição de poesia visual e rodas de conversa.


2022 – Realiza performance.poética com poesia do livro Pátria A(r)mada no  Projeto CALDO-Tradições Contemporâneas – realizado pelo SESC Piracicaba-SP

2022 – tem os curtas Esfinge, Janela Indiscreta e Um Rolê Pelo Litoral – selecionados para a Mostra Cine-Fio, realizada na Estação NET – Cinema – no Rio de Janeiro – Curadoria: Clécia Oliveira

2022 - Cria o Projeto - Campos VeraCidade para a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, para ser executado nos anos de 2023 e 2024. 



Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

22 – 99815-1268 – whasapp

https://centrodeartefulinaima.blogspot.com/

O fauno e a flauta

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