sexta-feira, 22 de março de 2024

O fauno e a flauta


O fauno e a flauta

para Daniela Pace pela imagem musa

 

o fauno lê Baudelaire
do outro lado da trama
enquanto dorme a donzela
com uma rosa entre as coxas

 

o fauno traça o poema
na geografia do corpo
atravessa o vértice do tempo
com o seu falo em chamas
por não ter nenhum  juízo

 

e com sua flauta ele  toca
pétalas por pétalas
         na porta de entrada
         no portal do paraíso

 

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux – 2020

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https://fulinaimagens.blogspot.com/

 

terça-feira, 12 de março de 2024

Sarau Campos VeraCidade

Sarau Campos VeraCidade

 Dia 15 de Março 19h - Palácio da Cultura - música teatro poesia

 mesa de bate-papo :um olhar sobre a cidade no que foi o que é e o que pode ser.

 Abertura:

Leitura do poema Cidade, de Prata Tavares, por Artur Gomes

 Participações:

mesa de bete-papo:

 Sylvia Paes + Fernando Rossi + Carol Poesia + Ronaldo Junior

 poesia:

 Clara Abreu + Jonas Menezes + Valdiney Mendes + Marcelo Perez + Gezebel Mussi + Paulo Victor Santanna 

 música:

Thais Fajardo + Arnaldo Zeus + Reubes Pess + Renato Braga

 teatro infantil:

 Grupo GOTA

direção:

Simone Jardim

 contação de estória

: Onalita Tavares Benvindo

 produção:

Artur Gomes e Clara Abreu

direção: Artur Gomes

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https://fulinaimargem.blogspot.com/

Realização: Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima – Prefeitura de Campos – Uma Nova História


sexta-feira, 8 de março de 2024

Sarau Campos VeraCidade

Sarau Campos VeraCidade

 Dia 15 de Março 19h - Palácio da Cultura - música teatro poesia

 mesa de bate-papo :um olhar sobre a cidade no que foi o que é e o que pode ser.

 Abertura:

Leitura do poema Cidade, de Prata Tavares, por Artur Gomes

 Participações:

mesa de bete-papo:

 Sylvia Paes + Fernando Rossi + Carol Poesia + Ronaldo Junior

 poesia:

Clara Abreu + Jonas Menezes + Valdiney Mendes + Marcelo Perez + Gezebel Mussi

 música:

Thais Fajardo + Arnaldo Zeus + Reubes Pess + Renato Braga

 teatro infantil:

 Grupo GOTA

direção:

Simone Jardim

 contação de estória

: Onalita Tavares Benvindo

 produção:

Artur Gomes e Clara Abreu

direção: Artur Gomes

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Realização: Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima – Prefeitura de Campos Uma Outra História

sábado, 2 de março de 2024

despautério de torquália


 despautério de torquália

 

nada demais

se o muro é pintado de verde

não sei se ainda quero ver-te

neste país do carnaval

 

lírico demais

se os planos são enganos

para mim tanto faz

as perdas e os danos

 

eu sou como sou: vidente

e vivo tranquilamente

todas as horas do fim

 

se o poeta é um anjo torto

a tarde já nos traz

o corpo de um outro morto

 

agora não se fala mais

toda palavra é uma cilada

o início pode ser o fim

do começo que não deu em nada

 

eu sou como sou: vidente

e vivo tranquilamente

todas as horas do fim

 

nada de  mais

se quiserem roer o osso

já não estou nem aí

como geleia até o pescoço

 

nada de mais

se a palavra é precipício

o que fica tanto faz

a poesia já não corre risco

 

Herbert Valente de Oliveira

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domingo, 4 de fevereiro de 2024

Artur Gomes - O Homem Com A Flor Na Boca

Artur Gomes

O Homem Com A Flor Na Boca

Um Canibal Tupiniquim

 por Fernando Andrade | escritor e jornalista

 Um homem cita um poema de nome. O músico já usou a cítara para musicar este poema pelo nome. Tudo já foi transformado, o poema para canção, a rima comeu a melodia e fez troça e troca de nome. Mas o poema do livro O homem com a flor da boca, da editora Penalux, nos devolve este país, do samba, do riso piada, Leminski, a força do ato canibalista de deglutir o que veio antes da poesia concreta, até a letra da canção de Luiz Tatit. Artur Gomes fez das suas, com tanta fome, comeu a maioria dos poemas que leu na vida e canibalizou e carnavaliza referências, citações, humor de longa estrada, ou beira de bar, trabalhando com gume de faca afiada e o lume de um pôr do sol em Ipanema, lembrando Vinícius.

São poemas bons para musicar tanto na solidão de um violão, quanto, atravessada por uma voz tenor, sax soprano. E não falta sexo, sacanagem, tesão, nas palavras das palavras num atravessamento em plena Quarta feira de cinzas, no resultado do carnaval. O desbunde da bunda, o levante dos órgãos, a gíria, e a menina com fio da linha escrita, carregando anedotas, fábulas e circos. O poeta não faz gênero, ele é macho, e fêmea, Simone, em segundo sexo. São poemas para emprestar ao amigo que está com fone de ouvido se atentar para a prosódia do verso, para quem sabe não copiar e transformar Amor em flor na boca.

 

https://www.literaturaefechadura.com.br/2024/01/22/livro-de-poemas-o-homem-com-a-flor-na-boca-canibaliza-a-historia-brazuca-do-verso-em-poemas-tropicalistas/


                          poesia

 

I

chegas a mim

como uma égua assanhada

não quer saber do meu carinho

só quer saber de ser trepada

 

II

 

eu te penetro

em nome do pai

do filho

do espírito santo

amém

 

não te prometo

em nome de ninguém

 

terra

 

amada de muitos sonhos

e pouco sexo

deposito a minha boca

nu teu cio

e uma semente fértil

nos  teus seios como um rio

 

Artur Gomes

Suor & Cio – MVPB Edições - 1985

https://personasarturianas.blogspot.com/


terça-feira, 21 de novembro de 2023

Sarau Gente de Palavra Paulistano Homenageará Artur Gomes

 


SARAU GENTE DE PALAVRA PAULISTANO homenageará Artur Gomes, também conhecido como Artur Fulinaíma, poeta irrequieto que faz uma poesia política, antropofágica, nonsense, musical, polifônica. segundo observação de Adriano Moura, autor do prefácio. O livro O HOMEM COM A FLOR NA BOCA será lançado numa festa da poesia viva, no próximo dia 29 de novembro, a partir das 19 horas, na Patuscada-Livraria&Café. Sinta-se convidado para essa festa.

 

Rubens Jardim

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Dia 29, quarta-feira, a partir das 19:30, será a vez desse ser arretado e impressionante que está completando 50 anos de poesia! Artur Gomes, autor (entre tantos outros) do premiado PÁTRIA A(R)MADA, Desconcertos Editora, será homenageado pelo GENTE DE PALAVRA PAULISTANO, sob a batuta dos grandes Cesar Augusto de Carvalho e Rubens Jardim, e lançará seu mais recente O HOMEM COM A FLOR NA BOCA! No PATUSCADA, Rua Luis Murat, 40 - Pinheiros - São Paulo.

 

Claudinei Vieira

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quinta-feira, 16 de novembro de 2023

O homem Com A Flor Na Boca


 O ator, produtor, videomaker e agitador cultural Artur Gomes acumula uma bagagem de 50 anos de carreira com prêmios nacionais e internacionais em teatro, música, literatura e artes gráficas. Gomes poderia se filiar na tradição literária dos chamados poetas malditos, como comumente e simplistamente nos referimos àqueles autores que constroem uma obra “rebelde” em face do que é aceito pela sociedade, vista como meio alienante que aprisiona os indivíduos em normas e regras. Tais autores rejeitam explicitamente regras e cânones. Rejeição que se manifesta-se também, com a recusa em pertencer a qualquer ideologia instituída. A desobediência, enquanto conceito moral exemplificado no mito de Antígona é uma das características de tais sensibilidades poéticas, que no Brasil já vem de longe com um Gregório de Mattos e ganhou impulso e seguidores com o famoso trio da “parafernália” rebelde: Verlaine, Baudelaire e Rimbaud.

      Já tivemos oportunidade de observar em outras obras do autor, que suas construções poéticas seguem sempre renovadas para cima em matéria de criatividade, elencando uma variada diversidade temática que aborda, sempre em perspectiva ousada e radical, desde o doce e suave sentido do amor, ao cruel da relação amorosa, flertando com o libidinoso, e questões existenciais que expressam indignação, desobediência e transgressão. É que, explica ele: “arde em mim / um rio / de palavras / corpo lavas erupção / mar de fogo / vulcão”.  Outra faceta do autor, digna de nota, é a criação de vários heterônimos como sejam Federico Baudelaire, EuGênio Mallarmè ou Gigi Mocidade, talvez a mais irreverente de todos, porque fala a bandeiras despregadas, sem papas na língua. “Muitas vezes a língua pulsa pula para o outro lado do muro outras vezes a língua pira punk nesses tempos obscuros às vezes a língua Dada vai rolando dados nesse jogo duro muitas vezes a língua dark jorra luz nas trevas desse templo escuro”. 

E aqui temos afinal, mais uma obra desse múltiplo e incansável poeta que caminha com uma flor na boca, símbolo universal de amor, de paz e beleza. A ele não importa verdadeiramente por quais meios: “se sou torto não importa / em cada porta risco um ponto / pra revelar os meus destroços / no alfabeto do desterro / a carnadura dos meus ossos”. É poética que, para além de perquirir as dores e delícias da condição humana em si, envereda pelo viés de nossa condição social sempre ultrajada. Encontramos um poema que nos pergunta: “quem se alimenta / dessa dor / desse horror / desse holocausto // desse país em ruínas / da exploração dessas minas / defloração desse cabaço // quem avaliza o des(governo / simboliza esse fracasso?”

Artur Gomes segue sua árdua caminhada, agora com o poderoso concurso da maturidade que lhe chega. Segue emprestando sua voz aos deserdados, aos desnutridos, aos que têm sede, aos que têm fome, ou aos que morrem assassinados nos guetos, nos campos, nas cidades por balas de fuzil, desse país que tarda em referendar a cidadania.

Krishnamurti Góes dos Anjos - Escritor e crítico literário.



31 janeiro 2010

era um domingo de sol rock and roll e poesia Irina gozou comigo quando beijei santa teresa no parque das ruínas com uma bela imagem de cristo tatuada em nossas costas depois de uma noite de sonhos amanhecemos nas laranjeiras dentro do severina o famoso botequim mais uma vez me beijou e bem ali no pé do ouvido me falou assim:

 

- vamos pra saideira

meu vampiro goytacá

canibal tupiniquim meu serafim

 

a saideira foi itacoatiara itaipu

 

engenho do mato dentro

engenho de dentro fora

quando penso que clara está vindo

irina já foi embora

 

na argamassa

do abstrato

no abstrato

do concreto

sou

um vampiro bêbado de sangue

que assassinou os alpharrábios

para inventar seu alphabeto

 

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O fauno e a flauta

O fauno e a flauta para Daniela Pace pela imagem musa   o fauno lê Baudelaire do outro lado da trama enquanto dorme a donzela com u...