Artur Gomes
2023 - 50 Anos de Poesia –
Memória e Resistência - Vamos
Festejar?
fulinaíma
misturei meu afro reggae a muito xote
do xaxado ainda fiz maracatu
maxixe frevo já juntei ao fox trote
quando dancei bumba-meu-boi em
Pernambuco
fulinaíma é punk rock
rasgando fados em bossa nova feito
blues
para pintar a pele branca de vermelho
e repintar a pele preta de azuis...
botei sanfona no rufar desse baião
tambor de minas capixaba no lundu
no Paraná berimbau de capoeira
dancei em noites de lual no Maranhão
fulinaíma é punk rock
rasgando fados em bossa nova feito
blues
para pintar a pele branca de vermelho
e repintar a pele preta de azuis...
mas em São Paulo pedras quando rolam
pelos céus de nossas bocas meu irmão
fulinaíma azeita o caldo da mistura
para fazer o que não jazz ainda soul
porção de restos de alguma partitura
que algum músico com vergonha recusou
por ser estranho o que naquilo
descobriu
mas se a gente canta no cantar essa
ternura
é que mamãe mamãe mamãe Macunaíma
ainda chora pelas matas do Brasil
Artur Gomes
musicado por Reubes Pess
gravada por Naimam para o
CD Fulinaíma Afro Tupiniquim
leia mais no blog
https://fulinaimagens .blogspot.com/
Artur Gomes
Trajetória
MultiLinguagens
Livros:
1973 – Um Instante No Meu Cérebro
1975 – Mutações Em-Pré Juízo
1977 – Além da Mesa Posta
1978 – Pai Joaquim Desceu do Céu Pra Salvar O Paraíba –
cordel
1979 – Jesus Cristo Cortador de Cana – cordel - tem poemas publicados na coletânea Ato 5
1980 – O Boi-Pintadinho – Cultura Popular – Teatro de Rua
1985 – Suor & Cio –
1986 – Tem poemas publicados na Antologia Carne Viva –
primeira antologia de poesia erótica pulicada no Brasil – org. Olga Savary
1987 – Couro Cru & Carne Viva
1990 – 20 Poemas Com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção
Com Sabor de Campos
1994 – Conkretude Versus ConkrEreções
1995 – CarNAvalha Gumes
2000 – BraziLírica Pereira : A Traição das Metaforas
DA CARNE DA PALAVRA
Tanussi Cardoso, poeta
Ator, produtor, videomaker e agitador cultural, o poeta Artur Gomes tem assinatura própria.
SagaraNAgensFulinaímicas, seu mais novo livro, repleto de citações a partir do título, é a prova generosa do que afirmo: um inventário da pulsação de sua escritura, uma das mais iluminadas, entre os remanescentes da geração que se inicia nos anos 60-70.
Mesmo mirando certa desconstrução narrativa, o autor semeia as raízes culturais, germinadas naquelas décadas, que desabrocharam como furacão em nossa arte, principalmente vindas da canção popular, com sua palavra cantada, da poesia marginal, da Tropicália, do Concretismo, do poema-postal, da poesia visual, do cinema e, mesmo, dos quadrinhos.
Todo esse caldeirão cultural, todas essas referências e linguagens eram (são) muito próximas: Caetano, Gil, Torquato, Glauber, Leminski, Waly, Gullar, Hilda Hilst... E é desse quadro geracional (e bem lá atrás,Drummond, Murilo Mendes, Bandeira, Cabral, Quintana, Mário, Oswald e Guimarães Rosa - e principalmente -, a trilogia dos malditos: Rimbaud, Baudelaire e Mallarmé, além dos ecos do mestre beat, Allen Ginsberg), é desse manancial criativo que o poeta consegue desarmar o que nele se encontra envolto, de forma atávica, e reafirmar seus próprios tempo e potência, com o refinamento de sua fala.
Ao unir todo artefato onde exista possibilidade de poesia, Artur Gomes habita o lugar entre a palavra e a imagem, ao experimentar os sentidos que lhe chegam, sugando os afluentes existentes nas estruturas tradicionais de nossas artes, e reescrevendo-os a seu bel-prazer, num mix de nostalgia e futuro.
“visto uma vaca triste como a tua
cara:
estrela cão gatilho morro
a poesia é o salto de uma vara”
De forma particular, o autor parece nos indicar algo que se confunde com transgressão, mas, ao mesmo tempo, mantém a linha tênue da poesia clássica, ao flertar com um romantismo de tintas fortes, e tocando, igualmente, o surrealismo, com uma violência verbal, que cheira à flor e à brutalidade. Cada poema possui sua própria respiração, pausa e pontuação emocionais. Quem não gostar de sangrar e ir fundo no mais recôndito dos prazeres é melhor não prosseguir na leitura, mas quem tiver coragem de encarar a vida de frente e se deliciar com versos saborosos e extremamente imagéticos, entre no mundo do poeta, de imediato, e sentirá a alegria de descobrir uma poesia a que não se pode ficar indiferente.
“a língua escava entre os dentes
a palavra nova
fulinaimânica/sagarínica
algumas vezes muito prosa
outras vezes muito cínica”
Ainda que não pretenda novas experiências formais, o autor consegue alcançar perspectivas ousadas e radicais, em vários enquadramentos linguísticos, sempre disponíveis para o espanto, já que quando falamos de poesia, tocamos em lados inexatos, onde qualquer inversão de objetividade, e da própria realidade, é sempre bem-vinda. Sua poesia tem muito da desordem, da inobservância de regras, do não sentido, e apresenta um discurso contrário a certo pensamento lógico, fazendo surgir nas páginas do livro, algumas impurezas saudáveis.
“te procurei na Ipiranga
não te encontrei na Tiradentes
nas tuas tralhas tuas trilhas
nos trilhos tortos do Brás
fotografei os destroços
na íris do satanás”
SagaraNAgensFulinaímicas nos apresenta uma peça de tom quase operístico e, paradoxalmente, para um só personagem: o Amor. E o desenho poético dessa montagem pressupõe uma grande carga lírica, alegórica e, tantas vezes, dramática, ao retratar o som universal da Paixão, perseguindo a imagem ideal dos limites do desejo. Seus versos são movidos por esse sentimento dionisíaco, e por tudo que é excesso, por tudo que é muito, como na música de Caetano.
“te amo
e amor não tem nome
pele ou sobrenome
não adianta chamar
que ele não vem quando se quer
porque tem seus próprios códigos
e segredos”
E indaga e responde:
“até quando esperaria?
até que alguém percebesse
que mesmo matando o amor
o amor não morreria”
Em seu texto, há uma espécie de dança frenética, onde interagem os quatro elementos do Universo – Terra, Água, Fogo e Ar – numa feitiçaria cósmica em contínuo transe mediúnico. Poesia que é seta certeira no coração dos caretas e dos conformados, ao apontar para as possíveis descobertas inesperadas da linguagem, inebriada pela vida, pelo cantar amoroso, pelo encontro dos corpos.
“e para espanto dos decentes
te levo ao ato consagrado
se te despir for só pecado
é só pecar que me interessa”
Dono de uma sonoridade vocabular repleta de aliterações e assonâncias, que remetem à intensa oralidade e à pulsão musical, refletindo no leitor o desejo de ler os poemas em voz alta, o poeta brinca com as palavras, cria neologismos, utiliza-se de colagens originais, e soma ao seu vasto arsenal de recursos, o uso das antíteses, dos paradoxos, das metonímias, das metáforas, dos pleonasmos e, principalmente, das hipérboles, através de poemas de impactante beleza. Esse jogo vocabular, que a tudo harmoniza, transforma a dinâmica do verso, dá agilidade, tensão e ritmo envolventes a uma poesia elétrica e eletrizante. Um bloco de tesão carnavalizante e tropical - atrás de Artur Gomes só não vai quem não o leu.
“quero dizer que ainda é cedo
ainda tenho um samba/enredo
tudo em nós é carnaval”
De forma lúdica e irônica, reconstrói, ou reverte, as intenções de Guimarães Rosa, quando Sagarana se mistura à ideia de paisagens e ao sentido de sacanagens; e às de Mario de Andrade - onde Macunaíma reparte seu teor catártico em poéticas folias, ou em fulias de imagens, ou seja, em fulinaímicas poesias, banhadas de caos e humor.
“é língua suja e grossa
visceral ilesa
pra lamber tudo que possa
vomitar na mesa
e me livrar da míngua
desta língua portuguesa”
Ao seguir de perto o conceito metafórico do processo crítico e cultural da Antropofagia, o artista ratifica seus valores, com sua língua literária, e reafirma o ato de não se deixar curvar diante de certa poesia catequisada pela mesmice e pelo lugar comum, distanciando-se da homogeneidade de certo academicismo impotente e de certos parâmetros poéticos com que já nos acostumamos. De acordo com o próprio autor, revelado em uma entrevista, SagaraNAgensFulinaímicas é um pedido de bênção a seus Mestres, imbuído do teor catártico que sua poesia contém, como o fragmento do poema que abre o livro:
“guima meu mestre guima
em mil perdões eu vos peço
por esta obra encarnada
na carne cabra da peste”
E afirma:
“só curto a palavra viva
odeio essa língua morta
poema que presta é linguagem
pratico a SagaraNAgem
no centro da rua torta”
No livro, os poemas se interpenetram, linguisticamente, libidinosos, doces e cruéis, vampiros de imagens ferrenhas, num aparente jogo de representação, onde o rosto do poeta se mostra e se esconde, de acordo com a mutação e o reflexo de seus espelhos interiores. Seus textos ora afirmam, ora desmentem o já dito, a nos lembrar um de seus ídolos, Raul Seixas, e a sua metamorfose ambulante. Sentimentos contraditórios, como se o autor quisesse, propositalmente, escorregar segredos pelos nossos olhos, ambiguamente, rindo de nós, a nos instigar: “Desnudem a minha esfinge!”
“eu não sou flor que se cheire
nem mofo de língua morta”
Na verdade, sua poesia apresenta vários (re) cortes, várias direções, vários abismos e formas de olhar a vida e o mundo. Como se o verdadeiro Artur se dissolvesse em outros, a cada poema, e essa dissipação o transformasse em alguém improvável, impalpável. Errante. Artur Gomes, ele mesmo, são muitos. E todos nós. Afinal, “o poeta é um fingidor”, ou não?
“a carne que me cobre é fraca
a língua que me fala é faca
o olho que me olha vaca
alfa me querendo beta
juro que não sou poeta”
Tantas vezes escatológico e sensual, numa performance textual que parece uma metralhadora giratória, o seu imaginário poético explode em tatuagens, navalhas, sangue, cicatrizes, punhais, facas, cuspe, pus, línguas, dedos, dentes, unhas, seios, paus, porra, carne, flores e lençóis, como um paraíso construído num inferno, e toca o nosso céu interior, nas ondas de um mar verde escondido em nosso peito. Na nossa melhor alma.
Sem falsos pudores, o autor procura, em seu liquidificador de palavras, misturar o erótico, o profano e o sagrado, com cortes de cinismo e grande dose de humana solidariedade. Equilibrista na corda-bamba, sem rede de proteção, entre razão e delírio, instiga dualidades com seus versos de alta voltagem poética. Com linguagem rebuscada, seu trabalho ultrapassa os limites das páginas do livro, e reverbera como tambor, mesmo após o término de sua leitura.
“a carne da palavra
: POESIA
l a v r a q u e s o l e t r o
todo Dia”
A poesia de cunho social é, igualmente, referência obrigatória em seu trabalho, desde o início de sua carreira literária, marcadamente, em Jesus Cristo Cortador de Cana, de 1979, mas, principalmente, no memorável e premiado O Boi Pintadinho, de 1980. Esses poemas político-sociais, junto ao tema amoroso, também encontramos em outras obras importantes do poeta, como Suor & Cio, de 1985, Couro Cru & Carne Viva, de 1987 e 20 Poemas com Gosto de JardiNÓpolis& Uma Canção com Sabor de Campos, de 1990, e se inserem em todos os seus livros posteriores, que culminam agora em SagaraNAgensFulinaímicas.
Em suas viagens imemoriais, o poeta mistura São Paulo, Copacabana, Búzios, calçadas, origem, chão, mares, cactos, sertão, onde tudo sangra de maneira violentamente bela e sem volta. Só a língua a ser reconstruída em poesia.
“ando por são Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara”
Artur Gomes sabe que ao escritor cabe proporcionar beleza e prazer. Entende que a poesia existe para expressar a condição humana, tocar o coração e a emoção do outro, e dar oportunidade para que seu interlocutor tenha chances de conhecer-se mais e melhor. E que só há um meio de o poeta conseguir seu intento: cuidar e aperfeiçoar a linguagem. Sempre coerente, Artur Gomes sublinha o essencial de seu pensamento, ratificando em seu trabalho que as duas maiores palavras da nossa língua são amor e liberdade.
“a coisa que me habita é pólvora
dinamite em ponto de explosão
o país em que habito é nunca
me verás rendido a normas
ou leis que me impeçam a fala”
SagaraNAgensFulinaímicas veio confirmar o que os leitores do poeta já sabiam: Artur Gomes é um artista instigante, um cantador que desafia rótulos. No seu fazer poético, há um desfocar proposital da realidade, onírico e cinematográfico, que mergulha em constantes vulcões, em permanente ebulição – um texto em contínuo movimento.
Sua poesia metalinguística, plástica,
furiosa, delicada, passional, corporal, sexual, desbocada, invasiva,
libertária, corrosiva, visceral, abusada, dissonante, épica é, antes de tudo, a
poesia do livre desejo e do desejo livre. Nela, não há espaço para o silêncio:
é berro, uivo, canto e dor. Pulsão. Textura de vida. Uma poesia que arde (em)
seu rio de palavras.
feitiçarias de Artur Gomes - por
Michèle Sato
Difícil iniciar um prefácio para abordar
feitiçarias de um grande mestre. A mágica aparição do texto transborda sentidos
cósmicos, como se um feixe de luz penetrasse em um túnel escuro dando-lhe o
sorver da vida. Diariamente, recebo um deserto imenso de poemas e a leitura se
esvai com “batatinha quando nasce põe a mão no coração”. Um
ou outro me chama a atenção, desde que sou do chamado “mundo das ciências” e
leio poemas com coração, mas inevitavelmente aguçado pelo olhar crítico vindo
do cérebro.
A academia pode ser engessada, mas é,
sobremaneira, exigente. Aplaude o inédito, reconhecendo que o poema é um caos
antes de ser exteriorizado, mas harmônico, quando enfeitiçado. A leitura requer
algo como canto do vento, que não seja fugaz, mas que acaricie no assopro da
Terra. Por isso, é com satisfação que inicio este pequeno texto, sem nenhuma
pretensão de esgotar o talento do grande mestre, mas responder aos poemas de Artur que brilham, soltam faíscas,
incendeiam-se em erotismo e garras enigmáticas. Ele transcende regras, inventa
palavras, enlouquece verbos. E as relações estabelecidas revelam a desordem dos
sonhos na concretude harmônica de suas palavras.
A aventura erótica não se despede de seu olhar
político. Situado fenomenologicamente no mundo, e transverso nele, Artur profana o sagrado com suas
invenções transgressoras. Reinventa a magia e decreta uma nova vida para que o
mundo não seja habitado somente pelos imbecis. Dança no universo, com a palavra
fluída, imprevistos pitorescos, mordidas e grunhidos. Reaparece no meio de um
cacto espinhoso, mas é absurdamente capaz de ofertar a beleza da flor.
Contemporâneo e primitivo se aliam, vencem os abismos como se ao comerem as
palavras monótonas, pudessem renascer por meio da antropofagia infinita de
barulhos e silêncios. O sangue coagulado jorra, as cavernas se dissolvem e é
provável que poucos compreendam a beleza que daí se origina.
Nos labirintos de suas palavras, resplandece o
guerreiro devorador, embriagado, quase descendo ao seu próprio inferno. Emana seu
fogo, na ardência de sexo e simultaneamente na carícia do amor. Pedras frias se
aquecem, coram com o tom devasso que colore a mais bela das pornofonias.
Marquês de Sade sente inveja por não ser o único déspota das palavras sensuais.
E os poemas de Artur reflorescem,
exalam odor como desejos secretos e risos que ecoam no infinito.
não fosse
essa alga queimando em tua coxa ou se fosse e já soubesse mar o nome do teu
macho o amor em ti consumiria (jura
secreta 5)
De repente um cavalo selvagem cavalga na relva
úmida, como se o orvalho da manhã pudesse revelar o fogo roubado das pinturas
rupestres. Ao som de tambores, suas palavras se tornam arte em si, como se
fossem desenhos projetados em um fantástico mundo vertiginoso. Seres encantados
surgem das águas originários de sentimento, abraçadas nas pedras lisas,
rugosas, esverdeadas da terra. O fogo dança em vulcões e a metamorfose é
percebida em seus ares. Os elementos se definem como bestas, humanos, ou
segmentos da natureza como uma orquestra sinfônica que vai além da sonoridade.
Adentram sentidos polissêmicos e, neste momento, até o André Breton percebe o significado das palavras de Artur, pois a beleza é convulsiva e
crava no peito feito cicatriz.
e o que
não soubesse do que foi escrito está cravado em nós como cicatriz no corte (jura secreta 10)
Da violação do limite, do fruto proibido ou da
linguagem erótica, os poemas de Artur são orgasmos literários que oscilam entre
o sacro e o profano. Sua cultura, visão de mundo e inteligência possibilitam ir
além da pura emoção sentimental, evocando a liberdade para que a terra
asfixiada grite pela esperança. Artur
comunga com outros seres a solidariedade da Terra, ainda que por vezes, seja
devastador em denunciar disparidades, mas é habilidoso em anunciar acalentos. A
palavra poética desfruta fronteiras, e Roland
Barthes diria que a história de Artur
é o seu tributo apaixonado que ele presta ao mundo para com ele se conciliar.
Em sua linguagem explosiva, provavelmente está a intensidade de sua paixão - um
amor perverso o suficiente para viciar em suas palavras, mas delicado o
bastante para dar gênese ao mundo enfeitiçado pela habilidade de sua
linguagem.
A essência deste perfume parece estar refletida
num espelho, pois se as linguagens podem incluir também o silêncio, as palavras
de Artur soam como uma melodia.
Projetada numa tela, a pintura erótica torna-se sublime e para além de
escrevê-las, ele vive suas linguagens. Esta talvez seja a diferença de Artur com tantos outros poetas: a sua
capacidade de transcender a tradição medíocre para viver um intenso de mistério
de sua poética. Ele não duvida de suas palavras, nem as censura para não
quebrar seu encanto, mas devora em seu ser na imaginação e no poder de sua
criação. Criador e criatura se misturam, zombam da vida, gargalham da
obviedade. Põem-se em movimento na dança estrelas que iluminam a palavra.
Os fragmentos poéticos são misteriosos de
propósito, uma cortina mal fechada assinala que o palco pode ser visto, porém
não em sua totalidade. Disso resulta a sedução para que ele continue
escrevendo, numa manifestação enigmática do poder surrealista em nos alertar
sobre nossas incompletudes fenomenológicas. O imperfeito é o sentido da
fascinação, diria Barthes em seus fragmentos de um discurso amoroso. E a poética
de Artur não representa
ressurreição, nem logro, senão nossos desejos. O prazer do texto pode revelar o
prazer do autor, mas não necessariamente do leitor. Mas Artur lança-se nesta dialética do desejo, permitindo um jogo
sensual que o espaço seja dado e que a oportunidade do prazer seja saciada como
se fosse um "kama sutra
poético" para além do prazer corporal. Esta duplicidade semiológica
pode ser compreendida como subversiva da gramática engessada - o que, em
realidade, torna seus textos mais brilhantes. Não pela destruição da erudição,
mas pela abertura da fenda, para que a fruição da linguagem seja bandeira
cultural da liberdade.
E a sua liberdade projeta-se num horizonte onde
a dimensão sócio-ambiental é freqüentemente presente. É uma poesia universal de
representações urbanas e rurais, de flora, fauna e fontes de praças públicas.
Desacralizando o “normal previsível”,
borda em sua costura de mosaicos, esquinas e passaredos.
eu sei de
gente e de bichos ambos atolados no lixo tem gente que come bicho tem bicho que
come gente tem gente que vive no lixo tem lixo que mora no bicho gente que sabe
que é bicho e bicho que pensa ser gente (jura secreta 28)
A poética das Juras Secretas opõem-se a instância pretérita numa espiral de
presente com futuro. Metafisicamente, desliga-se do momento agonizante e os
olhos do poeta não se cansam, ainda que a paisagem queira cansá-los. Seu toque
lembra o neoconcretismo, por vezes, cuja aparição na semana da arte moderna
mexeu com os mais tradicionais versos da literatura ordinária. Mas sua
temporalidade vence Chronos, na
denúncia de um calendário tirano ao anúncio de Kairós, também senhor do tempo, mas que media pelos ritmos do
coração.
20 horas 20 noites 20 anos 20 dias até quando esperaria... até quando alguém percebesse
que mesmo matando o amor o amor não morreria. (jura secreta 51)
É óbvio que a materialidade da linguagem, sua
prosódia e seu léxico se mantêm no texto. Mas foge das estruturas engessadas do
arrombo repetitivo, florescendo em neologismos verossímeis e ritmos cardíacos.
Amiúde, são palavras jorradas em potente cultura significante. No chão
dialogante, este poeta desestabiliza a normalidade com suas criações.
por que
te amo e amor não tem pele nome ou sobrenome não adianta chamar que ele não vem
quando se quer porque tem seus próprios códigos e segredos mas não tenha medo
pode sangrar pode doer e ferir fundo mas é razão de estar no mundo nem que seja
por segundo por um beijo mesmo breve por que te amo no sol no sal no mar na
neve. (jura secreta 34)
ARTUR
GOMES é, para mim, um grande
relato de seu próprio devir, que sabe poetizar a partir de seu vivido. E por
isso, enfeitiça.
Michèle Sato – Bióloga, pesquisadora na Universaidade Federal do Mato Grosso do Sul.
2019 – Pátria A(r)mada – Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio
TRÊS TOQUES PARA
PENETRAR NA NOITE ESCURA DESTA
PÁTRIA A(R)MADA
1
Artur Gomes é daqueles poetas que não se contentam
em grafar suas palavras apenas nas páginas de um livro. Ele inscreve seus
poemas no próprio corpo, na própria voz. Misto de ator saltimbanco e trovador
contemporâneo, seus versos ritmados e musicais redobram a força quando saltam
do papel para a garganta. O CD Fulinaíma – Sax, Blues Poesia, que gravou em
parceria com os músicos Dalton Freire, Luiz Ribeiro, Naiman e
ReubesPess, nos primórdios deste terceiro milênio, é uma das experiências mais
bem-sucedidas da fusão entre poesia oralizada e música: os versos lancinantes
surgem como navalhas de corte preciso entre os blues, bossas, rocks e baladas.
Navalhas que acariciam, mas também cortam a pele do ouvinte.
Há delícia e dor em sua poética. Uma delícia sensual,
sexual, que se explicita em versos como “poderia abrir teu corpo / com os meus
dentes / rasgar panos e sedas // com as unhas /arreganhar as tuas fendas /
desatar todos os nós // da tua cama arrancar os cobertores / rasgando as rendas
dos lençóis”. Há dor por uma terra prometida e sempre adiada, “por uma bandeira
arriada / num país que não levanta”. É nesse espaço entre a delícia e a dor que
o trovador levanta sua voz e emite seus brasões em alto e bom salto, a plenos
pulmões: “eu não tenho pretensões de ser moderno / nem escrevo poesia pensando
em ser eterno / veja bem na minha língua as labaredas do inferno / e só use o
meu poema com a força de quem xinga”.
2
Cada poeta escolhe sua tribo, reinventa seus
ancestrais. A tribo de Artur Gomes vem de uma vasta tradição de trovadores
inquietos e inquietantes, hábeis no trato do verso e ferinos no uso do humor,
do amor e da revolta. Uma linhagem que vai de Arnaut Daniel a Zé Limeira e
passa por Oswald de Andrade, Torquato Neto, Paulo Leminski e Uilcon Pereira, para
listar alguns.
Cada poeta inventa também o território mítico onde
mergulha sua poesia e sua própria vida. Alguns de maneira explícita, outros,
mais velada. Há muitos anos surge na poesia de Artur o termo “Fulinaíma”, como
uma Macondo espectral, que perpassa livros, sobe aos palcos, atravessa as
faixas do CD. Seria um território de folias macunaímicas, uma terra de prazeres
e ócios criativos, avessa ao eterno passado colonial que não conseguimos nunca
superar, como o fantasma de antigos engenhos em que a “usina / mói a cana / o
caldo e o bagaço // usina / mói o braço / a carne o osso // usina / mói o
sangue / a fruta e o caroço // tritura suga torce / dos pés até o pescoço”?
3
Artur Gomes é também daqueles poetas que vivem
reescrevendo seus poemas, reinserindo-os em outros contextos, reinventando “a
poesia que a gente não vive”, aquela mesma que transforma “o tédio em melodia”
- para relembrar Cazuza, outro bardo pertencente a mesma tribo. Quem acompanha
sua trajetória errante e anárquica provavelmente vai identificar neste livro
poemas já publicados em outros – porém, com modificações de tonalidades, de
timbres, de intenções.
Se não é despropositado pensar que Dante Alighieri
enxertou em sua Divina Comédia inúmeras desavenças políticas, sociais e
culturais de sua época e mandou para o inferno pencas de seus inimigos
florentinos, é interessante perceber este Pátria A(r)mada reinventado no
contexto deste Brasil que retrocedeu décadas depois do golpe
político-jurídico-midiático deflagrado em 2016. Esses tempos passarão, é certo,
mas este livro ficará – como um potente desconforto, um desajuste, um
desconcerto desse mundo cão e chão. Se vale como trágica
profecia – ao modo do cego Tirésias –, após um
breve período de sonhos que mais uma vez não se cumpriram, os olhos abertos
desses versos ecoarão nos ouvidos de muitos e cortarão a carne de
tantos: “ó, baby, a coisa por aqui não mudou nada / embora sejam outras
siglas no emblema / espada continua a ser espada / poema continua a ser poema”.
Ademir Assunção – poeta, escritor, jornalista e letrista
de música brasileira. Autor de livros de poesia, ficção e jornalismo, venceu
o Prêmio Jabuti 2013
com A voz do Ventríloquo (Melhor Livro de Poesia do ano).
Poemas e contos de sua autoria foram traduzidos para o inglês, espanhol e
alemão, e publicados em livros e revistas na Argentina, México, Peru e EUA.
Impressões (iniciais)
de "Pátria A(r)mada":
Por Nic Cardeal
Ademir Assunção está corretíssimo - sua
poesia, Artur, não é literatura que se conforma em permanecer apenas nas
páginas de um livro, pois a sua palavra é feita muito mais de som - de GRITO! -
do que de apenas letras grafadas sobre o papel. E esse som entra não somente
pelos ouvidos, mas também transpassa através da pele e por toda a cartografia
do corpo, como uma tatuagem latejante, marcando fundo todas as suas texturas,
até alcançar as veias, os veios, misturando-se ao sangue, à seiva nossa de cada
dia, para finalmente alimentar a alma com força, resistência, e também com a
revolta/dor necessária à sobrevivência da esperança! Em "Pátria
A(r)mada" essa revolta é imensa, diretamente proporcional aos absurdos do
capitalismo que nos tem devorado em variados âmbitos e sentidos. Sua inquietude
poética é a força necessária para que não sucumbamos nos abismos do conformismo
e da resignação, e possamos seguir adiante, ainda que os tempos estejam cada
vez mais obscuros... mas há também o amor (ainda bem!), sobreposto à miséria da
realidade nua e crua de um país despedaçado e submisso às mais variadas formas
de violência daqueles "poderes" desumanos, armados até os dentes...
Muito bem escolhido o título do livro, que de "Pátria amada" foi
transformado em "Pátria armada", retrocedendo a um fascismo nojento
após o golpe explícito de 2016. A sua denúncia é política, social, cultural,
humanitária, ética, estética - e poética! Lerei muitas outras vezes, para
absorver com mais vagar cada poema! Parabéns!
Sua poesia é viva - e é vida! Adorei! Grande abraço!
2020 – O Poeta Enquanto Coisa
2022 – Pátria A(r)mada – 2ª Edição
2022 – tem o poema Deus Não Joga Dados – publicado na Revista Blic A Brac XXI – Edição Especial – O Pau Brasil Sangra – Org. Luis Turiba
Tem poesias publicadas nas principais revistas
digitais de arte e literatura, tais como: GERMINA, GUETO, ACROBATA, RUÍDO
MANIFESTO, QUATETÊ, ESCRITA DROIDE, MALLARMARGENS, CRONÓPIOS e ALGUMA POESIA - Tem poesias publicadas também no Suplemento Cultural do Diário Oficial de Minas Gerais-MG e Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado de São Paulo-SP
Tem inédito o livro O Homem Com A Flor Na Boca – lançamento previsto para 2023
E em processo de criação o livro: Itabapoana Pedra Pássaro
Poema
Música
A música é a segunda linguagem na poesia de Artur Gomes. Em 1974 inicia suas parcerias
com o músico.compositor.cantor fidelense Paulo Ciranda, com que m tem mais de
100 composições finalizadas.
1974 – Caminho de Paz – Artur Gomes/Paulo Ciranda – 1º Lugar
no Festival de Música de São Fidélis-RJ
1976 – Balada Pros Mortais – Artur Gomes/Paulo Ciranda – 1º
Lugar no Festival de Música de Itaocara-RJ
1977 – Balada Pros Mortais – 1º Lugar no Festival de Música
Universitária – Rio de Janeiro
1977 – Ave da Paz – Artur Gomes/Paulo Ciranda é gravada por
Biafra – no CD leão
1981 – Fotografia Urbana – Artur Gomes/Paulo Ciranda – 2º
Lugar no Festival de Música de Itaocara-RJ
1981 – Boi-Pintadinho – Artur Gomes/Paulo Ciranda – 1º Lugar
no Festival de Música de Miracema-RJ
1981 – Com
Boi-Pintadinho, Paulo Ciranda faz apresentações na TVE-Rio e no programa Som
Brasil na TV Globo.
1982 – Fotografia Urbana – 1º Lugar no Festival dos
Festivais – Itaocara-RJ
1983– Ave da Paz – Artur Gomes/Paulo Ciranda é gravada por
Biafra – no CD Leão Ferido
1985 – O Sonho Deve Ser Assim – Artur Gomes/Biafra – gravada
por Biafra no CD Sonho de Ícaro
1992 – Papagaio da Quitanda, Tema de Encontro e Canta Que
Canta - Artur Gomes/Paulo Ciranda –
gravada por Paulo Ciranda no CD Mata Atlântica.
1992 – Marca Registrada – Artur Gomes/Luiz Ribeiro – gravada
pela banda Avyadores do Brazyl no Disco Qualquer Prazer.
2002 – lança o CD Fulinaíma Sax Blues Poesia – com os
parceiros Dalton Freire, Luiz Ribeiro, Naiman e Reubes Pess.
2022 – Feira de Amostra – Artur Gomes/Paulo Ciranda –
gravada por Paulo Ciranda e Grupo Terra Sol
https://www.youtube.com/watch?v=XaZzqgyxx2U
2022 – Qualquer Luz e Águas Claras – Artur Gomes e Otávio
Cabral – gravadas por Otávio Cabral
Tem gravado e ainda inédito o CD Fulinaíma Afro Tupiniquim -
com produção fonográfica do seu filho Filipe Barbosa Buchaul Gomes –
Fil Buc.
canal no youtube - https://www.youtube.com/@fulinaima/videos
Teatro – é a terceira linguagem na poesia de Artur Gomes, e
foi levada ao palco pela primeira vez em 1975, no Teatro de Bolso em Campos dos
Goytacazes-RJ por Antonio Roberto de Gois Cavalcanti (Kapi), que dirigiu o
musical Gotas de Suor com textos de Artur Gomes e músicas em
parceria com Paulo Ciranda e Vítor Meirelles.
Projetos Que Criou ou teve Participação como
convidado –
1975 – Cria a Oficina
de Artes Cênicas da ETFC, interpreta
o personagem Judas, da peça Judas – O Resto da Cruz – texto de
sua autoria, dos livros Mutações Em Pré-Juízo e Além da Mesa
Posta - adaptado para o teatro por Deneval de Azevedo Filho, realizada no
SESC Campos, com direção de Ronaldo Pereira
De 1975 a 1986 – A
Oficina de Artes Cênicas é realizada a revelia d a Direção da Escola. Em 1986 Luciano
D´Ângelo é eleito Diretor da ETFC, e
a Oficina de Artes Cênicas
é oficializada como uma das atividades culturais da ETFC. Em 1997 com a nova
LDB criada por Darcy Ribeiro, a Oficina de Artes Cênicas passa a fazer
parte do currículo escolar do Ensino Médio, com uma carga horária de 200 horas
anuais.
1976 – interpreta o personagem
Fando, da peça Fando e Lis, de Fernando Arrabal, no Teatro do SESC –
direção: Orávio de Campos Soares.
1976 – realiza no SESC
Campos e no Teatro São João em São João da Barra-SP a performance
poética.teatral 25 Anos de Sonho e Sangue
1977 – ganha o prêmio de
melhor intérprete no Festival de Poesia, realizado no Teatro de Bolso,
pelo Departamento Municipal de Cultura de Campos, dirigido na época pelo
Jornalista e Poeta Prata Tavares.
1977 – integra o elenco
da peça Avatar, de Paulo Afonso Grisoli, no Teatro do SESC – direção:
Orávio de Campos Soares
1977 – interpreta o
personagem ARAUTO, na montagem da peça Auto de Proclamação da Vila
de São Salvador, realizada no Ginásio de Esportes da Escola Técnica
Federal de Campos – Direção: Winston Churchill Rangel
1978 – poema Canta
Cidade Canta – 1º Lugar no Festival de Poesia do Departamento
Municipal de Cultura de Campos
1979 – Poema Para O
Povo Em Tempo de Abertura – 1º Lugar no Festival de Poesia do
Departamento Municipal de Cultura de Campos.
1980 a 1987 – Encena com
alunos da Oficina de Artes Cênicas da ETFC o Auto do Boi-Pintadinho
pelas ruas de Campos – e cria em 1987 a Ciranda do Boi Cósmico –
espetáculo realizado no Ginásio de Esportes da ETFC
1982 – poema
Boi-Pintadinho, 1º lugar no concurso de Poesia realizado pelo MEC
1983 – Cria a Mostra Visual de Poesia Brasileira – realizada de 1983 a 1994 em diversas cidades brasileiras. A sua primeira edição é realizada no Palácio da Cultura em Campos dos Goytacazes, em setembro de 1983.
1985 – Realiza uma edição especial da Mostra Visual de
Poesia Brasileira, no Centro de Cultura de Macaé, com apoio do Suplemento
Cultural do jornal O Fluminense – dirigido por Martinho Santafé - onde lança o
Projeto: Vista-se de Poesia
1985 – Participa do Encontro de Escritores – realizado em Jardinópolis-SP
1986 – Realiza uma edição especial da Mostra Visual de Poesia Brasileira, no Palácio da Cultura, em
homenagem ao poeta Manuel Bandeira, com apoio do Departamento Municipal de
Cultura, onde atuava como assessor da Diretora Diva Abreu Barbosa.
1987 – Participa da Comissão de Organização do
Seminário: Brasil: Uma Cultura Em Questão – realizado na
cidade de Batatais-SP
1987- Realiza performance.poética na
Biblioteca Municipal de Belo Horizonte-MG, com poesias do livro Couro Cru & Carne Viva.
1987 – Realiza a performance poética-erótica Overdose NU Vermelho, no Bar Vermelho, em Campos dos Goytacazes-RJ, com as participações dos artistas plásticos, Genilson Paes Soares, Nilson Siqueira e do modelo João Vilani, o primeio NU Artístico realizado nas ruas de Campos.
1987 - Realiza com alunos da Oficina de Artes Cênicas da ETFC,m a performance.poetica Ensaio 27, com poesia do livro Couro Cru & Carne Viva, e a participação especial do ex-aluno do Curso Técnicpo de Edificações, Genilson Paes Soares
1988 – Participa do projeto do Centenário da Abolição –
realizado na UNESP em São José do Rio Preto-SP – além de participar de uma mesa
de debates sobre o teatro de Oswald de Andrade,
apresenta a performance.poética Terra
de Santa Cruz, com a poesia do livro: Couro
Cru & Carne Viva.
1988 - Realiza com estudantes da Oficina de Artes Cênicas da ETFC, o espetáculo teatral A Cor DA Pele, com a poesia de Adão Ventura.
1988 – Apresenta a performance.poética A Cor Da Pele, no Teatro Francisco
Nunes em Belo Horizonte-MG, com a poesia de Adão Ventura, e o poema ASSASSIGNO, de Marcio de Almeida.
1989 – 1990 – Coordena o Encontro Nacional de Poesia
Em Voz Alta – realizado pela Fundação Cultural Oswaldo Lima.
1989 – Cria o Festival
de Música da Primavera realizado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo
Lima na Arena do Parque Alberto Sampaio. coordena até 1990.
1989 - Realiza no Teatro de Bolso a montagem da peça Jesus Cristo Cortador de Cana, com 9 alunas da Escola de Serviço Social da UFF, e o aluno da Oficina de Artes Cênica da ETFC, Eugênio Soares.
1990 – Participa da Comissão de Organização do Seminário:
Brasil Cultura e Resistência – realizado na cidade de
Registro-SP
1991 – Ganha o prêmio de Melhor Intérprete do Econtro Nacional de Poesia Em Voz Alta,
interpretando poesias de Aluisio Abreu Barbosa.
1992 – Dirige Oficina
de Criação Literária na UNESP – em São José do Rio Preto-SP
1992 – Realiza performance.poética na Livraria e
Espaço Cultural Alpharrabio em Santo AndréSP, a convite da poeta Dalila Teles
Veras.
1993 - Cria a Mostra Visual de Poesia
Brasileira – Mário de Andrade -100 Anos – realizado pelo SESC-SP.
1994 - Encena com alunos da Oficina de Artes Cênica do CEFET-CAmpos a perfrmance Retalhos Imortais do SerAfim, uma releitura do livro Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade
1994 - Realiza em Teresina-PI a 11ª Edição da Mostra Visual de Poesia Brasileira, numa homenagem a poesia de Torquato Neto e Mário Faustino
1995 - Cria o projeto Retalhos Imortais do
SerAfim – Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim – realizado pelo
SESC-SP.
1995 – Realiza a Exposição Poemas Gráficos Visuais,
na Livraria e Espaço Cultural Alpharrabio em Santo André-SP com a performance Dois Em Um tendo como companheiro de cena o cantor.ator
Carlos Careqa.
1995 - Realiza a exposição de poemas.gráficos.visuais Os Órfãos de Oswald, no Festival de Inverno de Ouro Preto-MG e encena o poema Cântico dos Cânticos Para Flauta & Violão, com a participação dos alunos da Oficina de Artes Cênicas do CEFET-Campos, Clarice Terra e Rey de Sousa.
1996 – Dirige Oficina
de Criação Literária no SESC-Campinas-SP – onde cria a palavra FULINAÍMA.
1996 – Participa do projeto Poesia 96 – realizado pela Secretaria Municipal de Cultura de São
Paulo-SP
1996 – Participa e realiza performance.poética no Encontro de Escritores, realizado em Caxambu-MG, pelo Sindicato de Escitores do
Estado de Minas Gerais.
De 1996 a 2016 – realiza performances.poéticas,
dirige Oficinas e faz Curadorias para
Exposições de Poesia Visual e Audiovisual no Congresso
Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves-RS.
1996 – Dirige a Escolinha de Teatro Infantil Alpharrabio em Santo André-SP onde monta
a com 25 alunos a peça O Cavalinho Azul,
de Maria Clara Machado. Além de
apresentações no Espaço Cultural e Livraria Alpharrabio, o espetáculo teatral é
apresentado nas unidades do SESC São Caetano e Carmo.
1997 - Participa da Oficina de Criação Literária, dirigida por Sebastião Nunes, no Festival de Inverno de Ouro Preto-MG, onde é criado o livro: Do Requinte do Lírico Ao Delicado do Erótico.
1998 - Cria em parceria com Kapi, o projeto Brecht Com 100 e encena com alunos da Oficina de Artes Cênicas do CEFET-Campos, os espetáculo teatrais: Brecht Versus Suassuna e Mendigos Jantam Brecht.
1999 – Cria o FestCampos De Poesia Falada –
realizado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima e coordena até o ano
de 2004.
Em 2002 lança o CD Fulinaíma Sax Blues
Poesia e tem gravado e ainda inédito o CD Fulinaíma Afro
Tupiniquim
2000 - Realiza a performance poética.musical Fulinaíma Sax Blues Poesia, com os parceiros Dalton Freire e Luiz Ribeiro, na I Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ.
2001 - Realiza a performance poética.musical Fulinaíma Blues Poesia, com o parceiro Luiz Ribeiro, no projeto Poesia Simplesmente, no Teatro Glaucio Gil - Copacabana-Rio de Janeiro-RJ
2002 - Realiza a performance poética.musical Fulinaíma Sax Blues Poesia, com os parceiros, Dalton Freire, Luis Ribeiro, Naiman e Reubes Pess, na IIª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ
2002 - Dirige no SESC Campos o Projeto - Terças |Poéticas - Poesia Em Cena - e faz a produção do Espetáculo Teatral - Quando A Libido Ataca, com a Cia de Teatro Contemporâneo do Rio de Janeiro, com Direção de Dinho Valadares.
2003 - Realiza no Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves-RS, a performance poética.teatral LeminskiArte da Palavra Em Cena, com May Pasquetti
2004 - Realiza a performance poética.musical Fulinaíma Sax Blues Poesia, com os parceiros Dalton Freire, Luiz Ribeiro, Naiman e Reubes Pessa, na IIIª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ.
2005 - Realiza a performance.poética Tecidos Sobre A Pele - com poesia do livro Suor & Cio, na Abertura do FestCampos de Poesia Falada.
2005 - Dirige o projeto A Arte da Palavra Em Cena, na Casa de Cultura Vila Maria, em Campos dos Goytacazes-RJ
2006 - Realiza performance.poética com poesias de Mário Quintana, com May Pasqueti, no Congresso Brasileiro de Poesia- Bento Gonçalves-RS
2007 – Inicia em Cabo
Frio suas experimentações com produção Audiovisual, em parceria com o mímico e
ator Jiddu Saldanha.
Poesia Proibida - documentário dirigido por Jiddu Saldanha, como foco na poesia de Artur Gomes - https://www.youtube.com/watch?v=63qIA7bdWV0
2007 – Realiza a performance.poética O Amor Em Estado de Vinho E Uva, com May Pasquetti, na FENAVINHO – Bento Gonçalves-RS
2008 – Realiza a performance.poética O Amor Em Estado de Vinho E Uva, com May Pasquetti e Érica Ferri,
no Congresso Brasileiro de Poesia – Bento Gonçalves-RS – com Direção de Jiddu
Saldanha
2008 – Dirige Oficinas de Produção Audiovisual e Realiza performances.poéticas na Feira do Livro de Imperatriz, no Maranhão-SP e é homenageado pelo Belô Poético, evento realizado em Belo Horizonte-MG pelo poeta Rogério Salgado.
De 2010 até os dias atuais coordena o Departamento
de Cinema do Proyecto Sur Brasil – em
Bento Gonçalves-RS
2011 – Realiza performance.poética no SESC
Piracicaba-SP
De 2011 a 2012 – Dirige o Laboratório
de Produção Cine Vídeo – no IFF Campos Campus Centro
De 2011 a 2012 – Dirige no SESC Campos Oficinas
de Produção Cine Vídeo
2012 – Realiza
performance.poética com a poesia de Pablo Neruda, no Circuito Cultural de Arte
Entre Povos, realizado no Centro Cultural Luciano Bastos, em Bom Jesus do
Itabapoana-RJ
2012 - Realiza performance.poéticas no projeto Te Vejo na Laura, realizado na Casa de Cultura Laura Alvim - Ipanema - Rio de Janeiro-RJ, com direção de Rodrigo Bittencourt e Maria de Resende
2012 – Realiza performances.poéticas e Dirige Oficina de Produção Cine.Vídeo na
Feira do Livro de São Luis – Maranhão-MA
2013 – Realiza
performances.poéticas e dirige Oficina de Produção Cine.Vídeo no Circuito
Cultural Arte Entre Povos, percorrendo 13 cidades nos Estados do Rio, Espírito Santo
e Minas Gerais.
2014 – Realiza
performance.poética e é homenageado no Psiu
Poética, em Montes-Claros-MG, evento realizado pelo poeta Aroldo Pereira.
De 2014 a 2016 – Dirige no SESC Campos Oficinas
de Artes Cênicas
De 214 a 2017 – Dirige no SINASEFE – seção
Campos o Curso de Teatro Multi Linguagens e produz o Sarau Baião de Dois
2015 – Realiza performance poéticas com poesias do livro SagaraNAgens Fulinaímicas, no Festival Doces Palavras –Jardim São Benedito - Campos dos Goytacazes-RJ
2015 - Dirige no SESC Glória – Vitória-ES a
Oficina O Amor E Outras Poéticas, na poesia de Torquato Neto e Paulo
Leminski, a convite do então Diretor do Departamento de Literatura do SESC
Glória Wilson Coêlho.
2017 – Realiza
performance.poética e dirige Oficina na Virada Cultural Paulista, no
SESC São Carlos-SP
https://www.youtube.com/watch?v=WIu-OsAlsPI&t=1s
2018 – Realiza performance.poética
com a poesia do livro Juras Secretas, e dirige Oficina de Produção Audiovisual
no Festival de Brasília, realizado no Museu da República.
De 2018 a 2019– Leciona Poéticas no Curso
Livre de Teatro da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo
Lima em Campos dos Goytacazes-RJ e volta a coordenar o FestCampos de Poesia Falada
2019 – Realiza performances poéticas com poesias do livro Juras Secretas no Psiu Poético em Belo
Horizonte – MG
2020 – Cria o Festival Virtual de Poesia Falada – realizado na página Studio Fulinaíma Produção Audiovisual
https://www.facebook.com/studiofulinaima
2021 – Faz Curadoria e Produção da Mostra Virtual de Poesia Falada – Realizada pelo SESC – Piracicaba-SP
2021 – tem o seu vídeo.poema Goytacá Boy selecionado para o Projeto Arte de Toda Gente – FUNARTE-Rio
– Curadoria de Tchello d´Barros
2022 - Cria a Biblioteca Bracutaia, na ONG Beija Flor - Casa da Solidariedade - na Praia de Gargaú - São Francisco de Itabapoana-RJ
2022 – Cria o Projeto Geleia Geral – Revirando A Tripicália – Semana de 22 100 Anos Depois – e realiza 7 Edições de junho a dezembro, na Santa Paciência – Casa Criativa – em Campos dos Goytacazes-RJ. Com música, teatro, roda de poesia, exposição de poesia visual e rodas de conversa.
2022 – Realiza performance.poética com poesia do livro Pátria A(r)mada no Projeto CALDO-Tradições Contemporâneas – realizado pelo SESC Piracicaba-SP
2022 – tem os curtas Esfinge, Janela Indiscreta
e Um Rolê Pelo Litoral –
selecionados para a Mostra Cine-Fio, realizada na Estação NET – Cinema – no Rio
de Janeiro – Curadoria: Clécia Oliveira
2022 - Cria o Projeto - Campos VeraCidade para a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, para ser executado nos anos de 2023 e 2024.
Fulinaíma MultiProjetos
22 – 99815-1268 –
whasapp