sexta-feira, 20 de setembro de 2024

com os dentes cravados na memória

Balbúrdia PoÉtica 5 

A Balbúrdia 1 e 2 foram realizadas na Taberna de Laura -  Copacabana – Rio de Janeiro. A Balbúrdia 3 foi realizada no Bistrô do Ernesto – Lapa – Rio de Janeiro – a Balbúrdia 4 será realizada na Patuscada – São Paulo – e a  Balbúrdia 5 – onde será?

São João Del Rey-MG, Campos dos Goytacazes-RJ?

 Tentem adivinhar.

 

Artur Gomes

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Com Os Dentes Cravados Na Memória

Mesmo com uma grande dor, provocada por um bico de papagaio que a décadas insiste em cantar na minha coluna, roubando-me as vezes a paciência, passei uma tarde de ontem super divertida no Auditório Miguel Ramalho em cia da equipe de Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design Para Educação - Centro de Referência do IFF Campos Campus Centro.

Motivo do Encontro: um depoimento sobre os mais de 50 anos que Vivi no IFF desde os tempos de aluno no Ginásio Industrial na então ETC (Escola Técnica de Campos), de 1961 a 1964. Passando pelo período de 1968 a 1986 quando já servidor da ETFC(Escola Técnica Federal de Campos), trabalhei como Linotipista na Oficina de Artes Gráficas (Tipografia).

De 1975 a 1985 mesmo subvertendo a ordem natural vigente que direcionava a instituição, criei totalmente à revelia da direção na época, uma Oficina de Teatro, que se manteve subversiva até 1986 (pois era assim que os professores reacionários da época se referiam a atividade.

Nunca fui poeta de bons modos, bons costumes, e como os alunos da Oficina de Teatro, eram também alunos da ETFC, nos "anos de chumbo" onde o Diretor da instituição era escolhido pelo MEC, depois de algum curso na Escola Superior de Guerra, era normal que a minha atividade com Teatro dentro da Escola fosse tratada como Subversão.

Em 1986, acontece as primeiras "Eleições Diretas", nas Escolas Técnicas Federais e nas Universidades Federais, pós Ditadura. Na ETFC se elege Diretor o Professor de Matemática Luciano D´Angelo. Como desde 1980 o trabalho com a Oficina de Teatro havia ultrapassado os muros da cidade e ganhado as ruas de Campos, com o Auto do Boi-Pintadinho, Luciano então, me transfere da Tipografia para o Grupo de Atividades Culturais.

Em 1997 a ETFC já havia se transformado em CEFET, e com a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases), criada por Darcy Ribeiro, a Oficina de Teatro, como outras Oficinas de Arte que já existiam então passam a fazer parte da grade curricular para os alunos do Curso Técnico (nível médio). No período de 1997 a 2002 passo então a Coordenador da Oficina de Artes Cênicas, até a minha aposentadoria.

De 2011 a 2012 convidado pelo então Diretor do IFF Campos Campus Centro, Jefferson Manhães, volto a instituição para Dirigir Oficinas de Criação e Produção Cine Vídeo e crio o I Festival de Cinema Curta-IFF, realizado em 2012 no Auditório Cristina Bastos.

As 3 horas de bate papo e gravações foram poucas para narrar os períodos e os fatos em seus mínimos detalhes. Esperava que um dia, acompanhando e vivendo as transformações do IFF como acompanho, que esse depoimento viesse a acontecer, e esses 50 anos vividos ali dentro pretendo transformar no livro Com Os Dentes Cravados Na Memória, onde não só o que vivi dentro do IFF será contado, mas também muito da minha travessuras culturais por este país a fora.

Equipe da Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design para Educação que trabalharam nas gravações: Larissa Vianna, Rodrigo Otal, Carlos Henrique Morelato e Lionel Mota.

 

Artur Gomes

Com Os Dentes Cravados na Memória

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uma cidade sem memória não é uma cidade

                           Federico Baudelaire

Campos precisa acordar para voltar a ser 

                                 Rúbia Querubim

tocar-te por dentro lentamente calmamente como quem morde a maçã na boca da serpente e uiva mastigando a carne como sobremesa

                                      Artur Kabrunco

o gosto da tua carne não conheço não me deste o endereço

                                   Federika Bezerra

transverso anjo avessso atravesso as artérias da cidade águas do paraíba emporcalhadas de esgotos

                                        Irina Serafina

como poesia devoro para matar a fome quando oro o prazer tem outro nome

                                          Artur Gomes 

absinto impossível te sentir mais do que já sinto

                              Pastor de Andrade

cidade veraCidade nossas angústias penduradas nos varais

                               Federika Lispector

 

viva a lira do delírio antropofágica paulistana metendo a língua desbragada nos bordéis de copacabana

                                            Lady Gumes

o delírio é a lira do poeta se o poeta não delira sua lira não concreta                                                

                                  Artur Fulinaíma

 

desde os tempos de moleque para descascar carne de manga faca facão canivete arma branca de pivete nos quintais da cacomanga

                            EuGênio Mallarmè  

não tenho papas na língua  nem pastor me come as coxas eu sou do mar da tempestade beira mar é quem   lambe  as minhas ostras

                                      Gigi Mocidade 

*

In Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

Livro inédito de Artur Gomes – lançamento previsto para 2025

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Artur Gomes -  Poesia Afro Tupiniquim

Dia 4  novembro 9:30h

performance com poesia dos  livros Suor & Cio 1985 e O Homem Com A Flor Na Boca 2023 –

Ciep 147 – José do Patrocínio – Campos dos Goytacazes-RJ

 Artur Gomes é poeta ator produtor cultural - atua na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima como Coordenador de Cultura e recentemente foi eleito para a Academia Campista de Letras para ocupar a cadeira 12 antes ocupada pelo professor Hélio de Freitas Coêlho

 

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Poeta Artur Gomes é eleito para cadeira 12 da Academia Campista de Letras

O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho

*

 Os membros da Academia Campista de Letras (ACL) elegeram Artur Gomes, poeta, ator e produtor cultural, para ocupar a cadeira n. 12 da instituição, na noite de quinta-feira (3).

O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho, tendo como patrono Heitor de Araújo Silva.

Candidataram-se como postulantes à vaga os escritores Diego Nunes Abreu, Ivan Vilela Júnior, Pedro Henrique Rodrigues Ribeiro, Thais de Souza Silva, Wedson Felipe Cabral Pacheco e Wesley Barbosa Machado.

As candidaturas, previamente analisadas pela comissão eleitoral (formada pelo presidente Ronaldo Junior, pelo segundo vice-presidente Carlos Augusto Alencar e pela Secretária Titular Sylvia Paes), foram deferidas e assim votadas: Artur Gomes obteve 15 votos, enquanto Pedro Henrique Ribeiro obteve 1 voto. Os demais não receberam votos.

A cerimônia de posse está marcada para ocorrer no sábado, dia 19 de outubro, às 16h, na sede da ACL, localizada no Jardim São Benedito.

 

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Em 16 de dezembro de 2016 a convite do querido e saudoso amigo Hélio de Freitas Coêlho – então presidente da ACL  - Academia Campista de Letras, estreei  a performance poética  com os dentes cravados na memória  com a qual circulei pelo Brasil durante todo ano de 2017

 

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Adorei saber que Artur Gomes vai ocupar a cadeira n. 12 da Academia Campista de Letras. Que escolha acertada! Artur tem dedicado sua vida à poesia através de livros, vídeos, performances, saraus etc. É, sem sombra de dúvidas, um nome honroso para tão conceituada instituição cultural. Parabéns, admirado poeta e querido amigo Artur Gomes!


Joilson Bessa da Silva

 

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como bem disse Carlos Augusto e tantos outros também já disseram, minha trajetória é provocativa, sim, e continuará sendo não tenho motivos nem razões para que não seja

 

poesia me vem dos dentes

das unhas da língua da carne

dos nervos das fímbrias

dos músculos matéria métrica

metáfora dos ossos

em tudo por onde tocar

                     ainda posso

existem almas mansas

leves limpas calmas

e também as espíritos de porca

com a minha

e a de Federico Garcia Lorca

 

Artur Gomes

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                    poema das invenções

fosse essa jura secreta
brazilírica fulinaimagem
mutações em pré-juizo
muito além da mesa posta
couro cru em carne viva
lambendo suor e cio
como corrente de rio
deságua no além mar
profana sagaraNAgem
nos gumes da carNAvalha
teu corpo em Maracangalha
fulinaimando comigo
agulha no meu umbigo
como uma faca nos dentes
a língua na flor da boca
em transitiva linguagem
ereto poema crescente
rasgando a carne no grito
o gozo nos nervos de dentro
roendo os ossos do mito

Artur Gomes
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  Balbúrdia Poética 4

 eu sempre madrugo Jiddu as tentações não me deixam sossegado e a madrugada me ins-pira ouço as 7 sereias do longe lá em nova granada de espanha cada aranha tece a sua teia eu teço cada palavra quando a musa me arranha como bem disse hygia ferreira as sagaranagens fulinaímicas são  heranças do mestre  guima  que recebi do sagarana em itaguara das minas

 

Artur Gomes

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Olga Savary - poeta, poetisa não

No blog Mostra Visual de Poesia Brasileira, estamos prestando uma homenagem a memória e a poesia de Olga Savary, por toda a sua luta em favor da poesia no Brasil. Fomos vizinhos de 1983 a 1987, quando morei no final da Rua Gomes Carneiro e início da Visconde de Pirajá em Ipanema e ela na Sá Ferreira em Copacabana.
Foram incontáveis as madrugadas que varamos saboreando vinhos e conversando sobre tudo que diz respeito a poesia. Inúmeras vezes fomos juntos aos ensaios da Mangueira, sua grande paixão. O Carnaval de 1984 assistimos pela TV em seu apartamento, jogando baralho até o raiar dia.


Gratidão eterna.

Aceita-se contribuições

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Em 1984 poemas meus foram  publicados na Antologia Carne Viva, organizada por Olga Savary, considerada a primeira Antologia de poesia erótica publicada no Brasil, com a presença de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant´Anna.

 

Carne Proibida

 

o preço atual

proíbes que me comas

mas pra ti

estou de graça

pra ti

não tenho preço

sou eu quem me ofereço

a ti

músculo & osso

leva-me à boca

e completa o teu almoço

 

Artur Gomes

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quando aportei pela primeira vez em porto seguro não vi o porto era um bravio mar em tempestades na rua 24 horas ele me deu o primeiro beijo pensando  eu fosse sereia em nossa primeira transa na areia


não sou de dar sopa pra bandido muito menos luz a cego mas  não nego meu dadaísmo explícito quando sexo o complexo que cada um carrega não é comigo o nó da culpa do pecado capital a muito desatei do meu umbigo

 

Irina Severina 

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serAfim 11 –      irina serafina januária vascaína

 

irina serafina

quem quiser

que me defina

 

menina oxum


é por você que me deleito
só por você que me deliro
do lado esquerdo do peito
é por você que me trans-piro

por tudo que foi secreto
por tudo que é sagrado
por quanto já foi escrito
ou ainda não         falado

na pedra itapemirim
na pedra de itaocara
guapimirim curumim
guarapari guanabara

em toda água seus mitos
tua flor de lótus tão rara
menina oxum infinito
minha folha verde bonsai
na-mora dentro de mim
de dentro de mim não sai

freudelírica

 

certa vez

em santa maria madalena

conheci helena

nem de triunfo nem de tróia

no pescoço não levava jóia

apenas um saco de ratos

com os trapos que eram teus

fez de mim gato e sapato

por entre as montanhas de zeus


*

 certa vez em vila velha na vitória do espírito santo trepei no bonde no centro histórico da cidade velha enquanto andra mirava seus olhos sobre os meus entretanto no entanto nada me disse em seu   silêncio de  tanto de tanto dizer tanto no trem um tanto no centro  um encanto metafórico no trem do engenho de dentro 


*

da cana
o açúcar
o melado
a rapa dura


o chuvisco da gema do ovo
e a minha língua sacana

bagunçando a ditadura
falando a língua do povo


devorável

mais uma vez te venho
porque com essa flecha
que me acerta o peito
teu coração me devora
e me desfaz na pétala
como o vôo de um colibri
velocidade de um beija-flor
tire o seu pircing do caminho
que eu quero passar com meu amor

*

fosse apenas uma palavra reta carinho afeto e uma que ainda falta nesse novo alfabeto que procuro tateio no escuro outras palavras signos signi ficar signi ficando signi ficado na hipotemusa do quadrado do cateto no silêncio que muitas vezes ouvi da flauta do hermeto nas trinta e cinco pausas de renata persigo a trilha em movimento pés descalços sobre a mata e as palavras brotam cachoeiras água corrente vem da fonte como sementes desejadas de brotar

  

a flor do mangue

para cristina bezerra

 

um dia em gargaú

atravesso para o pontal

onde o paraíba beija  atlântico

num ato transexual

 

outro dia na barra

onde o itabapoana

é quem beija o lixo atlântico

penso  quântico  caranguejo

é o beijo do desprezo

 

são francisco não me engana

sagaranagens que faz comigo

   eu procuro a flor do mangue

             no litoral do teu umbigo

*

marcabra perambulava ainda as tontas pelo mar vermelho procurando por carlitos argentino (o criador dos moranguinhos) vomitava marimbondos depois que assistiu pelas ruas assombradadas de campos ex-dos goytacazes as mirabolantes peripécias de lady tempestade desnudando coronéis e lobisomens com suas rajadas de vento confesso que não invento a hipocrisia dos homens 

*

lady tempestade a freudelírica satiriza macabea no presídio federal de brazilírica interpretando luz del fuego no festival internacional das artes cínicas com uma serpente de cobre no pescoço


serafina macunaímica

ontem disse que me amava
queria até transar comigo
hoje foge de mim
tranca a tranca do umbigo
fecha a porta entre as coxas
ela sabe que me deixa louca
e adora provocação
mas vou buscar no cu do mundo
sua libido                     o seu tesão

 

dialogando com o mestre

o poema pode ser
um trem fora do trilho
a ponte que caiu
a mulher que não deu filho
            ou a  pedra que pariu


domingo

mar de barco
mar de pele
mar de peixes
mar de algas
como um poema de olga
onda de sal nas minhas mágoas
como sua pele de mel
com sua pele de água

*

rasguei as velas
que teci em tempestades
rompi as noites
em alto mar de maresias

pensei teu corpo
pra amenizar tanta saudade
e vi teus olhos 
em cada vela que tecia


*

o poema as vezes é sabre

lâmina fina como o vento
ou folhas suspensas
sobre um verde
quase água
quase pluma
levita sobrevoa se espraia
na voragem do dia
como os dedos da moça
ao atiçar o clic
no instante exato da fotografia


cidade voracidade

ainda ontem queria te ver mas não pude – cidade rude oculta atrás do espelho do outro lado da calçada não decifrei teu mapa muito menos cais da lapa onde queria mergulhar teu rio desbravar teu cio para depois dormir

*

até onde

teus segredos me aceitam?

até quando

 teus mistérios me pertencem?

até onde

 teus silêncios tem meus gritos?

quando me deixas assim  aflita

perco o chão por onde pisa

por onde teu pé desliza

que não sei quando ele está

e se perco teus pés de mim

     por onde vou caminhar?

*

se ela vier

no frescor da maresia
lhe darei milhões de beijos
antes do amanhecer  
          de um novo dia 

e do corpo que comer

a carne

espalharei tabacaria

*

moro no teu mato dentro
não gosto de estar por fora
tudo que me pintar eu invento
como um beijo no teu corpo agora

desejo-te pelo menos enquanto resta
partícula mínima micro solar floresta
sendo animal da mata atlântica
quântico amor ou metafísica
tudo que em mim não há respostas

metáfora d´alkimim fugaz brazílica
beijo-te a carne que te cobre os ossos
pele por pele sobre as tuas costas

os bichos amam em comunhão na mata
como se fosse aquela hora exata
em que despes de mim o ser humano
e do corpo rasgamos todo pano
e como um deus pagão pensamos sexo


em todas minhas partes
concretas abstratas
o amor sempre retrata
   todo espelho que vivi


mariana

gaivotas sobrevoam os cílios da lagoa teus cabelos louros espelham sal na lâmina d´água o mar – complemento do teu nome naquela noite de música mágica – quando vozes da áfrica saltaram da garganta canto de todos os povos no verde da mata luzes na flor da pele líquida cerveja na sede que não cessa éramos mais que tímpanos absortos naquele espaço templo com os olhos famintos devorando luas  na constelação de orions como uma flor de cactos sobre um chão de estrelas


meta morfose

 

muitas vezes no instante uma mulher por perto noutras meio distante como alcançá-la plena pele pluma palavra carne sal água de mar mesmo fosse água de rio se o que gosta é tempestade só sabe amar por inteiro meu eu perdido em sua fala

*

 sou uma mulher da vida irina severina januária vascaína uso a minha arma branca pra enfrentar a tirania transo em qualquer rua de qualquer esquina qualquer encruzilhada de qualquer  lua com jorge de ogum federico de oxum mallarmè de yansã não sou pagã fui batizada na igreja universal do reino de zeus nasci em ouro preto vila rica sou filha de deus irmã de federika

*

são fransciso um cisco risco de mergulhar no precipício saltar o muro na porta do hospício risco traço de palavras tortas palavra que não dizem nada  risco de perder a curva e seguir a linha reta medo é uma forma concreta de agarrar o abstrato

 por enquanto vou te amar assim sem segredo admirando o teu retrato

 

o tempo tem seu avesso

para Prata Tavares in memória

 

cidade quando penso nela lembro nossas angústias dormem em camas de ferro madeira  ou palha nossas palavras também são foices facões ou car/navalhas nossos poemas estiletes canivetes para rasgarem o pano de luxo das mortalhas  nossas mágoas lavamos nas águas do paraíba enquanto eles que pensaram  serem donos da cidade  incineraram   corpos na usina cambaíba

*

esta noite me preparo para o sagrado de amanhã alguma coisa me diz   alguma coisa me conta que vamos nos fartar de carne humana num banquete antropofágico algum acidente trágico pode estar pra acontecer alguma força simbólica entre nós assim pressinto com a química do absinto caldeirão da alquimia como nas noites da cacomanga preparava  minha tia alguma bruxa quem sabe em campos dos goytacazes está pronta pra atacar ou quem sabe pastor de andrade é  quem vai nos apresentar


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Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

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meu santo daime um querubim e leve federico baudelaire de volta pra iriri meus cardápios são familiares a tempos estou em greve de sexo o e endomoniado e satânico não me dá sossego nem com poema de fernando pessoa já apelei até para a bahia de todos os santos jorge amado ogum oxumaré fiz despacho pra iansã na boa viagem flores pra yemanjá e o bendito não sossega apela pra rúbia de nada vale ela também não quer mais o rejeitado lá mergulhando em suas águas

 

Federika Lispector

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com os dentes cravados na memória

Balbúrdia PoÉtica 5   A Balbúrdia 1 e 2 foram realizadas na Taberna de Laura -  Copacabana – Rio de Janeiro. A Balbúrdia 3 foi realizada no ...