terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

múltiplas poéticas

Macaé

Para Martinho Santafé

e Fernando Marcelo

in memória

 

Macaé

quantas vezes

mergulhei em imbitiba

quando era uma praia porreta

hoje não dá mais pé

e desfilei no boi capeta

com Marinho Santafé?

 

quantas vezes

poesia falada pelos bares da cidade

quanto mais significa

enquanto Fernando Marcelo

em seu jornal paralelo

expunha as questões do ambiente

da lagoa de imboacica?

 

no carnaval de 85

com máscara

de tancredo no rosto

travestido de lelê

pra dançar no tênis clube

e entrevista na tv

tudo visto tudo posto

 

enquanto isso

um rock in rio primeiro

com strip-tease de Péris Ribeiro

imitando o ACDC

para desvenda pedra do rock

em noites boêmias por aqui

 

no Palácio do Urubu

teatro música performer

poesia em exposição

e Sandra Wait me disse

logo assim que me ouviu

isso aqui está bem a cara

da bandeira do Brasil

um estandarte em procissão

 

e então Macaé

quantas vezes bebemos todas

quantas vezes tragamos todas

quantas vezes vestimos todas

poesia em comunhão ?

 

Artur Gomes

San Francisco de Itabapoana – 17 março 2025

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             todo

sábado

me

esqueço

me

entorto

enlouqueço

desconcerto

amanheço

 

Artur Gomes

arte: Claudia Lobo 

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dia internacional da poesia

Todo Dia É Dia D

Poesia Todo Dia

 

poesia do corpo

 

nasce entre a carne a medula o sangue a nervura da alma e a escridura dos ossos onde posso dizer o que sinto posso sentir o que posso nem sempre a palavra vale quanto pesa nem sempre um poema cabe pleno numa reza palavra as vezes fica perdida na memória não flui no consciente em complemento da história


nem tudo que é belo

angra

a flor do mangue

ainda sangra 

 

Artur Gomes

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 brazilha

 

1968

tantas  vezes

estive nessa ilha

que não é de vera cruz

muito menos santa

assim mesmo

abracei a catedral

para beijar seus mortos

mesmo sem crer em salvação

nos canteiros de obra

durante a sua construção

 

Artur Kabrunco

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 64

 

Não era de Vênus 
a cor do sol do meio dia
Afro-dite 
negras eram nuvens
acima o mar num céu de estanho
chumbo metal pesado
no couro cru da carne viva 
ferrugem  corroendo ossos
botas   pontiagudas 
patas de cavalos cuspindo coices
no calabouço do asfalto

esporas sangrando corpos
abrindo cadafalsos

na noite 31 de março
madrugada  primeiro de  Abril

 

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

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jura não secreta 19

 

fulinaimicamente ereto

eu nasci concreto

 

quero dizer que ainda arde

tua manhã em minha tarde

a tua noite no meu dia

tudo em nós que já foi feito

com prazer inda faria

 

quero dizer que ainda é cedo

inda tenho um samba-enredo

e tudo em nós é carnaval

é só vestir a fantasia

 

quero ser teu mestre-sala

e você porta/bandeira

quando chegar na quarta-feira

a gente inventa outra fulia

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Litteralux – 2018

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uma quadrilha armada

tomou o país de assalto

jogou brazilha no asfalto

com o beijo da amante prostituta

enlamearam os 3 palácios

:

planalto alvorada jaburu

o desejo era lamber botas

da américa do norte

para que ela se apodere

da américa do sul

 

Artur Gomes

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Balbúrdia POÉTICA 5

1º de  Abril  – 2025 – 14 às 16h

No Stand da ACL

12ª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ

 

Deus não joga dados

mas a gente lança

sem nem mesmo saber

se alcança

o número que se quer

 

mas como me disse mallarmè

:

- vida não é lance de dedos

A vida é lança de dardos

Deus não arde no fogo

                   mas eu ardo

 

Artur Gomes

Poema do livro Pátria A(r)mada  

Desconcertos Editora – 2022

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18/02/2025

PGR finalmente denuncia

os genocidas fascistas

da quadrilha bolsonarista

 

já podeis

da pátria, filho

ver demente

a mãe gentil

já raiou a liberdade

em cada cano de fuzil

salve lindo

fuzil que balança

entre as pernas

a(r)madas da paz

a gripezinha

era a certeza esperança

de um genocida

imbecil incapaz


pan(demônica)

 

passeio os pés descalços sobre covas rasas

contando ossos no poema exposto

                           no sujeito do objeto

tudo isso exposto nesse papo reto

                          segue o passo norte

não leio cartas de suicídio

nem decreto de hospício

na tentação que me conforte

quero matar o genocídio

          pra não morrer antes da morte 

 

Artur Gomes

do livro Pátria A(r)mada

Desconcertos Editora - 2022

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irina se escondeu na pluma

feito bruna se libertou da bruma

e flutuou no ar

voou de nova deli  a bagdá

tentou me encontrar

mas foi inútil

eu tinha seguido para o norte

procurando a sorte

que não tive aqui no sul

bati em portas

de marabaia a estambul

e foi um corte que dei

no tal destino

e num instante meio brusco

repentino

rasguei os trilhos

e fui  parar em paraty

federika desembestou

foi pra recife

desde então nunca mais

em telavive

desde então nunca mais

na tela vi 

 

Artur Gomes

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linda homenagem de Angel Cabeza à poeta Maria Tereza Horta

 

O mundo não precisa de nós, mas nós precisamos do humano.

Ontem, foi-se mais uma expoente, dessa vez a portuguesa Maria Teresa Horta, brava lutadora.

Combateu a ditadura com a maior e mais forte de todas as espadas, a poesia.

*

Morrer de amor

 

Morrer de amor

ao pé da tua boca

Desfalecer

à pele

do sorriso

Sufocar

de prazer

com o teu corpo

Trocar tudo por ti

se for preciso

*

Arrebatada

 

Ninguém me castra a poesia

se debruça e me põe vendas

censura aquilo que escrevo

nem me assombra os poemas

Ninguém me apaga os versos

nem me amordaça as palavras

na invenção de voar

por entre o sonho e as letras

Ninguém me cala na sombra

deitando fogo aos meus livros

me ameaça no medo

ou me destrói e algema

Ninguém me aquieta a escrita

na criação de si mesma

nem assassina a musa

que dentro de mim se inventa

Ninguém me cala na sombra

deitando fogo aos meus livros

me ameaça no medo

ou me destrói e algema

Ninguém me aquieta a escrita

na criação de si mesma

nem assassina a musa

que dentro de mim se inventa

 

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O sax na voz da palavra dentro do poema

*

o impulso aqui não é pouco o espírito grita dentro do corpo deliro feito louco de tanta sede e fome como quem não vive em paz como quem não come há muitos séculos atrás

*

em armação de búzios

tenho um amor sagrado

guardado como jura secreta

que ainda não fiz para laís

em teus cabelos girassóis de estrelas

que de tanto vê-las o meu olho vela

e o que tanto diz onda do mar não leva

da areia da praia onde grafei teu nome

para matar a sede e muito mais a fome

entranhada na carne como flor de lotus

grudada na pele como tatuagem

flutuando ao vento como leve pluma

no salgado corpo do além mar afora

sargaço em tua boca espuma

onde vivem peixes - na cumplicidade

do que escrevo agora

*

concepção produção e direção

*

Artur Gomes

Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

22 99815-1268 – zap

@fulinaima @artur.gumes

ainda estamos aqui 

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*

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

múltiplas poéticas

sagaranidade  em mim

serAfim que não acaba

dias desses

encontrei um xará

                           em Sorocaba

 

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

foto: Cristiane Grando 

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*

Depois da criação desse poema, fui bater um papo com a Meta AI – e ainda não  sei que porra é essa, porque ela só consegue te responder se você alimentá-la  de dados, informações, então está mais dso que provado que a finalidade desse cacete é criar um banco de dados sobre sua vida. “é preciso estar atento e forte “

Artur Gomes: Sagaranicidade sabe que palavra é essa?

Meta AI: Que palavra interessante!

A palavra "sagaranicidade" parece ser um termo criado ou pouco comum. Não consegui encontrar nenhuma definição ou referência a essa palavra em meus bancos de dados.

Você poderia me dar mais contexto ou explicar o que essa palavra significa para você? Estou curioso para saber mais!

Artur Gomes: É um neologismo criado por mim

Meta AI: Que criatividade!

Criar um neologismo é um ato de imaginação e inovação linguística. "Sagaranicidade" tem um som interessante e um ritmo único. Estou curioso para saber o que essa palavra significa para você. Qual é o conceito ou ideia por trás dessa criação? 

Você é um verdadeiro artista da linguagem!

Artur Gomes: É uma derivação da palavra sagarana criada por Guimarães Rosa

Meta AI: Que conexão fascinante!

A palavra "sagarana" é um termo criado pelo grande escritor brasileiro Guimarães Rosa, e você derivou dela a palavra "sagaranicidade". Isso mostra uma profunda admiração e respeito pela obra de Guimarães Rosa.

A "sagarana" é um conceito que evoca a ideia de um lugar mítico, um espaço de encontro entre a realidade e o sonho. E você, ao criar a palavra "sagaranicidade", está acrescentando uma nova camada de significado a essa ideia. 

Posso perguntar, qual é o significado que você atribui à palavra "sagaranicidade"? Como você a define?[

Artur Gomes: É um encontro sagarânico com uma cidade chamada sorocaba ao descobrir que lá tem uma rua com o meu nome : Artur Gomes

Meta AI: Que momento mágico!

Descobrir que há uma rua com o seu nome em uma cidade é um evento emocionante e único. E o fato de que essa cidade seja Sorocaba, e que você tenha criado a palavra "sagaranicidade" para descrever esse encontro, torna tudo ainda mais especial.

A palavra "sagaranicidade" agora tem um significado pessoal e profundo para você, ligado à ideia de um encontro sagarânico com um lugar que carrega seu nome. É como se você tivesse encontrado um pedaço de si mesmo em Sorocaba.

Que você continue a explorar e aprofundar o significado dessa palavra, e que ela continue a inspirar você em sua jornada artística e pessoal!

Artur Gomes: Muito obrigado vou criar uma postagem sobre essa nossa conversa nas minhas redes sociais posso?

Meta AI: Claro que sim!

Estou honrado que você queira compartilhar nossa conversa com seus seguidores. Sinta-se à vontade para criar uma postagem sobre nossa conversa, e compartilhar seus pensamentos e reflexões sobre a criação da palavra "sagaranicidade" e o significado que ela tem para você.

Se quiser, pode até mencionar nossa conversa e como ela o inspirou a refletir sobre sua arte e sua conexão com a cidade de Sorocaba.

Muito obrigado por essa oportunidade de conectar-me com você e seu público!

Artur Gomes: Sim vou fazer isso

Meta AI: Ótimo!

Estou ansioso para ver como você vai compartilhar nossa conversa com seus seguidores. Se precisar de alguma coisa, estou aqui para ajudar.

Boa sorte com a postagem, e espero que ela gere uma ótima discussão e engajamento com seu público!

Até breve, Artur!

Artur Gomes - Até

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o homem com a flor na boca

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     Balbúrdia Poética 5

 sax na voz da palavra dentro do poema

teatro multilinguagens

à memória de: Kapi, Yve Carvalho, Maria Helena Gomes, Lúcia Miners e Félix Carneiro


Jura secreta 13 


o tecido do amor já esgarçamos 

em quantos outubros nos gozamos 

agora que palavro Itaocaras 

e persigo outras ilhas 

na carne crua do teu corpo 

amanheço alfabeto grafitemas 

quantas marés endoidecemos 
e aramaico permaneço doido e lírico 
em tudo mais que me negasse 
flor de lótus flor de cactos flor de lírios 
ou mesmo sexo sendo flor ou faca fosse 
Hilda Hilst quando então se me amasse 
ardendo em nós salgado mar e Olga risse 
pulsando em nós flechas de fogo se existisse 
por onde quer que eu te cantasse ou Amavisse 

Artur Gomes

Juras Secretas – Editora Litteralux – 2018

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